segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Cerca de 20% da população com 20 anos possui uma disfunção causada pelo colesterol, alerta endocrinologista

 

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nesta segunda-feira, 8 de agosto, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Colesterol, uma data que foi criada para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares, primeira causa de mortalidade do Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Antônio Fernandes de Jesus Alves, de apenas 6 anos de idade, foi diagnosticado aos 3 com disfunção na tireoide, uma glândula em forma de borboleta que fica localizada na parte anterior do pescoço, abraçando a traqueia.

Um órgão importante para várias funções do corpo, como os batimentos cardíacos, capacidade de concentração e até mesmo o humor, e que quando existe uma alta do colesterol, pode ser afetada.

Foto: Arquivo Pessoal

Ao Acorda Cidade, a mãe do pequeno Antônio Fernandes, Denize Souza de Jesus, contou que cerca de 90% dos alimentos consumidos, são integrais.

“Toda alimentação dele, pode ser considerada normal, porém é necessário que seja integral, a médica informou que isso é proveniente dos problemas na tireoide, e desde os 3 anos, que ele é acompanhado por uma endocrinologista. Hoje, ele já entende que não pode comer muitas coisas, mas até que as vezes ele acaba insistindo, que abro mão, mas nem sempre isso acontece, e o mais importante nesse momento, é poder cuidar dessa saúde enquanto ele ainda está na fase da infância, para que outros problemas maiores, não venham acontecer lá na frente por conta do colesterol alto”, informou.

Foto: Arquivo Pessoal

Em entrevista ao Acorda Cidade, a médica endocrinologista, Gerusa Brandão, destacou que diversos fatores podem ser associados ao colesterol, principalmente quando estão relacionados com a genética.

“No mundo moderno, a ingesta de gordura associada ao sedentarismo e a própria condição genética que vem quando a gente nasce em uma família que já tem problemas com colesterol, tem feito das crianças vítimas. Então hoje, a gente sabe por exemplo, que aos 20 anos de idade, pelo menos 20% da população já tem algum tipo de disfunção corporal causada pelo excesso do colesterol. E quando tem níveis muito elevados, eles podem vir associados por exemplo, a um quadro de pancreatite. Então nós sabemos por exemplo quando o triglicérides está acima de 400, pode evoluir para um quadro de pancreatite”, explicou.

Ainda segundo a médica, como forma de mudar o quadro do colesterol alto, é necessário que haja modificação alimentar.

     
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Algumas doenças podem trazer esse colesterol, por exemplo, hipertireoidismo. O próprio diabetes, a obesidade, quando isso é juntado com condições ambientais, como excesso de gorduras alimentares, faltas de atividades físicas regulares, o hábito do dia a dia da família, você vem tendo cada vez mais o acometimento do colesterol alto que nós chamamos de dislipidemia infantil. O tratamento visa uma modificação de alimentação, então a gente sabe que pode diminuir a ingesta de carnes vermelhas, aumentar o consumo de frangos, de peixes, aumentar os alimentos integrais mais ricos em fibras, comer legumes e verduras, isso é essencial que nós possamos ensinar as nossas crianças desde cedo. O legume e a verdura, devem participar pelo menos de duas alimentações da criança e do adulto. O comportamento da família não adianta, nós querermos que as crianças mudem o hábito, mas se você come errado, se você não faz exercícios fica difícil, então o exemplo é importante para as nossas crianças, então é uma modificação de hábito, de alimentação e também o início da atividade física regular”, destacou.

Lanche da escola

Para a médica endocrinologista Gerusa Brandão, não adianta iniciar regras dentro da residência, se na lancheira da escola, os alimentos enviados, são refrigerantes e salgadinhos, por exemplo.

“O hábito de vida saudável já começa em casa e os pais precisam modificar o ritmo de vida, então é necessário dar espaço para aquele chocolate mais amargo, fazer salada de frutas, não adianta brigar com os filhos em dizer que não podem comer algo, mas no dia a dia da escola, enviar salgadinhos para os filhos merendarem. Os sucos industrializados também são grandes inimigos, pois possuem uma quantidade excessiva de açúcar que pode levar ao quadro de diabetes, a própria obesidade e quando a gente fala sobre o salgadinho, ele é muito rico em gorduras trans e saturadas, que vão causar o excesso de colesterol no sangue da criança, então é muito importante cuidar da saúde da criança ainda no início, pois será muito recompensador e ter uma qualidade de vida melhor”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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