O retorno da aliança do PP com o PT na Bahia pode depender de um realinhamento no cenário nacional. Ao Bahia Notícias, o deputado federal e presidente em exercício do partido, Cláudio Cajado, revelou que o apoio dos petistas à reeleição de Arthur Lira (PP) para a Câmara dos Deputados, facilitaria o entendimento entre as duas siglas no estado.
“Acho que a nacional poderá sim trazer uma definição no estado. Até porque, se não existe um apoiamento lá, se o PT quiser apoiar outro nome [para a Câmara], fica um cenário imprevisível. A gente sabe como começa, mas não vai saber como termina”, pontuou o parlamentar.
Apesar de ser um dos pilares de sustentação do governo de Jair Bolsonaro (PL), os progressistas já dão indícios de uma possível adesão ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá a presidência em 2023. De acordo com o portal Metrópoles, parceiro do BN, o chefe do PP e ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira tem afirmado que não quer aderir ao governo Lula. Contudo, nessas conversas, ele teria feito a ressalva de que não tem como vetar esse movimento caso seja a vontade da maioria do PP (veja aqui).
Cajado ressaltou que a volta da aliança entre PP e PT na Bahia, pode acontecer de outra forma, sem depender de acordos em Brasília. “Ainda não houve convite e nenhum tipo de manifestação. Se o novo governo chamar para conversar, nós vamos dialogar. O que não pode acontecer é precipitação”, afirmou.
Na Bahia, o PP apoiou a candidatura de ACM Neto ao governo do estado e teve um lugar na chapa com Cacá Leão, que disputou o Senado. A corrida pelo Palácio de Ondina foi decidida no segundo turno e teve como vencedor Jerônimo Rodrigues (PT) com 52,79% dos votos válidos, contra 47,21% de Neto.
Os rumores sobre a volta da aliança com os petistas aumentaram após a vitória de Jerônimo no primeiro turno. Insatisfeitos com o desempenho de Neto, alguns quadros do partido demonstraram interesse em refazer a aliança com os petistas. Informações obtidas pelo BN apontam que Cajado e Mário Negromonte Jr. teriam tentado articular um retorno, angariando apoio para enfraquecer a liderança de João Leão, atual presidente do PP baiano (saiba mais aqui).
O governador Rui Costa (PT) botou mais lenha na fogueira e chegou a confirmar o andamento de conversas e tratativas com quadros do PP para um retorno do partido ao arco de apoio petista, mas não revelou nomes (lembre aqui).
O rompimento do PP com os petistas aconteceu em março desse ano após Leão não ver ser cumprido uma suposta sinalização de que ficaria no governo por nove meses, com a possível renúncia de Rui para ser candidato ao Senado (leia mais aqui e aqui).
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