A notícia da suposta definição do pré-candidato Geraldo Jr. (MDB) como candidato do governo nas eleições para prefeito de Salvador, em 2024, caiu como uma bomba no colo dos caciques da ala petista e dos partidos que compõem a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV).
Informações chegadas ao Bahia Notícias dão conta que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) ainda não tomou nenhuma decisão, ao contrário do que foi ventilado na imprensa nesta segunda-feira (23). Internamente, a notícia é tratada como "fake news" e parte da estratégia do próprio Geraldo Jr. para "forçar a barra e se supervalorizar". Uma fonte da alta cúpula da base aliada revelou, com exclusividade, ao Bahia Notícias, que "Geraldinho vem de uma linhagem onde ele está acostumado a trabalhar com o modelo de chefe, onde ele acha que as decisões são tomadas de cima para baixo", afirmou a fonte, referindo-se aos caciques do MDB, Lúcio e Geddel Vieira Lima que, supostamente, estariam avalizando a tática do vice-líder.
Ainda de acordo com o interlocutor, os irmãos Vieira Lima estariam tentando pressionar o governador Jerônimo Rodrigues para que Geraldo Jr. seja escolhido, mas o governador "não é homem de se deixar ser pressionado”, completou.
Outro emissário da base aliada confidenciou ao BN que "Jerônimo não quer colocar o 'não' a Geraldinho na sua conta pessoal". Perguntado se em algum momento ouviu o governador confirmar que a tendência é que Geraldo Jr. não seja escolhido, o interlocutor foi categórico: "Ele nunca disse, claramente, isso. Mas nós já entendemos que ele está esperando Geraldinho se mancar e retirar a candidatura", cravou.
Uma informação pitoresca descoberta pela reportagem é que nas rodas do PT, Geraldo Jr. é chamado de “pastel de vento”. “Sabe aquele pastel que você vê na vitrine e acha que está cheio de recheio? É Geraldinho. Só que quando você espreme, não sai nada”, criticou o aliado, amenizando que “Geraldinho é uma figura muito simpática, mas que não está alinhado com as ideologias de esquerda e, por isso, não representaria uma candidatura do grupo”.
Uma liderança que dá expediente no Congresso Nacional afirmou ter aprendido com o senador Jaques Wagner requisitos que, na opinião dele, estão faltando ao vice-governador. “Quem ganha eleição é quem junta e não quem afasta. Quem quer liderar tem que conquistar e, no momento, no PT, a revolta é generalizada, as pessoas estão se sentindo desrespeitadas com esse movimento”, revelou.
OPOSIÇÃO COMENTOU
No campo da oposição a notícia de uma possível definição na ala governista não surpreendeu, mas foi bastante comentada. De acordo com previsões de uma liderança de alta patente, “Geddel está chateado [com o PT] e Geraldinho vai de qualquer jeito. Ele está no ostracismo e essa candidatura vai dar um ‘up’ a ele porque, hoje, ele está sozinho”, opinou.
A mesma fonte revelou ao BN ter conversado com figurões da base e questionado até que ponto as especulações têm veracidade. “Eles disseram que Geraldinho foi apenas Geraldinho”, citou, confirmando ter ouvido de pessoas do governo que a informação teria sido "plantada pelo vice-governador na imprensa”. Outro político do campo da oposição ouvido pelo BN confidenciou estar torcendo para que a informação seja verdadeira porque a vantagem do prefeito Bruno Reis, candidato à reeleição, irá aumentar. “Bruno vai nadar de braçada”, projetou.
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