quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Dino e Gonet têm ajuda de ministros e Aras no Senado

                                                                            


Ministros do governo Lula (PT) e do STF (Supremo Tribunal Federal) têm conversado com senadores e encorpado a campanha a favor do ministro Flávio Dino para o Supremo e do procurador Paulo Gonet para a PGR (Procuradoria-Geral da República).
 

No caso de Gonet, a ajuda também vem do ex-procurador-geral da República Augusto Aras, que tem atuado de forma mais discreta em defesa do colega.
 

O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés (PDT), pediu que o senador Lucas Barreto (PSD-AP) —rival político dos dois colegas de estado, Davi Alcolumbre (União Brasil) e Randolfe Rodrigues (Rede)— conversasse com Dino.
 

"Todos devemos contribuir, pois o STF e o Brasil ganharão um grande magistrado, defensor da democracia e da Justiça", disse o ministro à Folha de S.Paulo.
 

"Foi minha iniciativa, pois tenho uma boa relação com Lucas, entendendo ser muito importante uma conversa entre ele e Dino. Lucas pode ajudar também", completou Waldez.
 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, também se colocaram à disposição para ampliar a interlocução de Dino. Messias é evangélico, grupo que deu votos ao ministro Cristiano Zanin, indicado anteriormente por Lula ao STF.
 

Já o ministro Alexandre Padilha (PT), responsável pela articulação política do Planalto, participou de ao menos um encontro com Dino e a base aliada. Padilha esteve com dez senadores no primeiro jantar organizado após o anúncio de Lula.
 

De parte do STF, o ministro Gilmar Mendes tem defendido a indicação tanto do ministro da Justiça como de Gonet em encontros com parlamentares e telefonemas. Os ministros Alexandre de Moraes e Dias Toffoli também têm encorpado a campanha pró-Dino.
 

Com relação a Gonet, Aras pediu ao gabinete de Izalci Lucas (PSDB-DF) que recebesse o indicado à PGR, segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo. O senador acabou encontrando o procurador no Senado e não foi necessário marcar uma reunião formal.
 

Aras teceu elogios a Gonet, que foi escolhido por ele para ser vice-procurador-geral eleitoral. À CNN o ex-procurador-geral da República afirmou que o indicado é uma "escolha acertada" de Lula e que tem as "qualidades necessárias" para chefiar o MPF (Ministério Público Federal).
 

Em busca de votos, Gonet e Dino têm circulado pelos corredores do Senado e visitado gabinetes. Nesta terça-feira (5), o procurador disse a jornalistas que "tem aprendido muito de Brasil" com os senadores, e que se sentia privilegiado por isso.
 

"A expectativa que está se confirmando é a de só ter conversas muito boas, extremamente republicanas. Eu acho que eu sou um privilegiado de poder conversar com os senadores porque eu tenho aprendido muito de Brasil", disse.
 

"Os problemas de cada estado, as virtudes do brasileiro em cada estado. Isso tem sido, realmente, uma aula de civismo e de virtudes republicanas. E eu procuro me apresentar com a minha história, que vocês já conhecem", completou o procurador.
 

Já o ministro da Justiça se encontrou na segunda-feira (4) com a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), suplente do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD).
 

Dino também tem procurado senadores que declararam voto contra, como o ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Os dois conversaram na segunda, no Senado.
 

Em entrevista à Folha no mês passado, Mourão disse que tomaria um chope com Dino, mas não votaria nele para o STF. Segundo pessoas que acompanharam o encontro, o senador reforçou ao ministro que votará contra sua indicação.
 

Após as duas agendas, o ministro da Justiça disse já ter falado "com a imensa maioria dos senadores". "Devo ter falado com mais de 50 já. Ou diretamente ou por telefone ou em reuniões externas", afirmou, completando que conseguirá conversar com todos que quiserem até a sabatina.
 

Na semana passada, Dino disse que não tinha medo nem preconceito contra ninguém e que estava à disposição para dialogar com os senadores que declararam voto não —como o filho mais velho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
 

"O deputado Eduardo Bolsonaro foi lá no Ministério da Justiça e foi tratado muito educadamente por mim. E quando eu estive aqui na Comissão de Segurança Pública o senador Flávio foi muito educado comigo."
 

Dino também ligou para líderes partidários e presidentes de partidos, como Gilberto Kassab, do PSD.
 

Os relatórios das indicações serão lidos nesta quarta-feira (6), e as sabatinas estão marcadas para o próximo dia 13. A expectativa é que a análise em plenário ocorra em seguida, no próprio dia 13 ou no dia 14.
 

Alcolumbre, presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), quer que Dino e Gonet sejam sabatinados simultaneamente.
 

O formato deve não só agilizar o processo, mas baixar a temperatura, evitando embates diretos entre a oposição e Dino. Nessa configuração, Dino e Gonet responderiam a mais de uma pergunta de uma vez; os senadores, por outro lado, teriam menos tempo para falar.
 

Em carta aos senadores, Dino promete atuar de "modo técnico e imparcial", se for aprovado para o Supremo, zelando pela Constituição e "pelas leis da nossa pátria."
 

Já Gonet tem entregado seu currículo e se apresentado como uma pessoa técnica, com longa experiência no MPF. Segundo um parlamentar, o procurador também se definiu como uma pessoa tranquila e discreta.

Segundo indicado à DPU será sabatinado nesta quarta-feira pela CCJ do Senado

                                                                               


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai sabatinar nesta quarta-feira (6), às 10h, o defensor público Leonardo Cardoso de Magalhães, indicado para a chefia da Defensoria Pública da União (DPU), na vaga decorrente do término do mandato de Daniel Macedo Alves Pereira. Ele é o segundo nome indicado pelo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a função. 

 

A análise da indicação de Leonardo Cardoso de Magalhães está a cargo do senador Jayme Campos (União-MT), que já apresentou relatório sobre a matéria.

 

Em outubro deste ano, o Senado rejeitou a indicação de Igor Roque para o cargo após resistência da oposição, com 35 votos favoráveis e 38 votos contrários, além de uma abstenção. A aprovação exige o mínimo de 41 votos a favor.  A indicação de Roque havia sido aprovada em 11 de julho durante sabatina na CCJ, sob relatoria do senador Humberto Costa (PT-PE).

 

SOBRE O INDICADO

Leonardo Cardoso de Magalhães se formou em Direito na Faculdade de Direito Milton Campos em 2006. É mestre e doutor em Direitos Humanos pela Universidade Pablo Olavide, na Espanha, e ingressou nos quadros da DPU em 2008. 

 

Entre 2019 e 2022, exerceu a função de Defensor Público Interamericano junto à Corte Interamericana de Direitos Humanos na Costa Rica, tendo ainda integrado o Conselho Superior da Defensoria Pública da União por dois mandatos. 

 

Magalhães também foi vice-presidente da Associação Nacional de Defensoras e Defensores Públicos no período de 2009 a 2011. Atualmente é o defensor-público chefe da DPU no Distrito Federal, com atuação nos tribunais regionais.

Novembro bate recorde de calor para o mês, e 2023 será ano mais quente da história

                                                                         

Começou este ano com junho. Depois vieram julho, agosto, setembro e outubro. Agora é a vez de novembro. O mês passado foi o novembro mais quente já registrado na Terra, segundo o sistema Copernicus Climate Change. O planeta caminha, em meio à crise climática, para ter 2023 como o ano mais quente da história, aponta o observatório europeu.
 

Os outros meses de 2023 também se encontram, no mínimo, entre os dez mais quentes —sempre em relação ao mesmo período em outros anos.
 

Segundo o Copernicus, a temperatura média da superfície em novembro foi de 14,22°C, cerca de 0,85°C acima da média do período de 1991 a 2020. O valor é 0,32°C acima do recorde anterior para o mês, em 2020.
 

"As temperaturas extraordinárias de novembro em todo o mundo, incluindo dois dias mais quentes do que 2ºC acima [da média de temperatura] do período pré-industrial, significam que 2023 é o ano mais quente da história", diz Samantha Burgess, diretora-adjunta do Copernicus Climate Change Service.
 

Em relação à temperatura média dos meses de novembro do período pré-industrial (1850-1900), a medição fora do comum em novembro de 2023 é ainda mais pronunciada: o mês foi cerca de 1,75°C mais quente.
 

De janeiro até novembro, a temperatura média registrada no planeta foi a maior já vista, com 1,46°C acima da temperatura média do período pré-industrial. O valor também já supera o que tivemos na média dos onze primeiros meses de 2016, o ano mais quente já registrado até aqui.
 

O Acordo de Paris, concretizado em 2015, estipula que a humanidade deve fazer esforços para não ultrapassar os 2°C de aumento de temperatura média da Terra, mas preferencialmente ficar abaixo de 1,5°C.
 

Apesar dos dados para o ano atual, isso não necessariamente significa que as metas do Acordo de Paris não tenham sido atingidas, considerando que o acordo trata de períodos mais longos de tempo. Mesmo assim, a situação que se apresenta somada aos compromissos climáticos atuais dos países tornam distante a meta de manter o aquecimento planetário abaixo do 1,5°C.
 

Também levado em conta pelo Copernicus, o El Niño é um evento que impacta as temperaturas da superfície do oceano Pacífico Equatorial —provocando diversos efeitos climáticos em outras regiões—, mas, segundo o observatório europeu, as anomalias vistas, para as mesmas épocas do ano, são menores do que as registradas no forte evento de 2015.
 

Os dados do Copernicus saem em meio às negociações climáticas na COP28, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em Dubai, na qual se discute os possíveis destinos para os combustíveis fósseis —como "reduzir" ou "eliminar"—, em meio a um recorde de presença de lobistas dos fósseis.
 

A atual COP também já ficou marcada pelo seu presidente, o Sultan al-Jaber, presidente da Adnoc, petroleira estatal dos Emirados Árabes Unidos, que demonstrou negacionismo em relação à ciência que guia a questão climática. O jornal britânico The Guardian revelou uma videoconferência em que al-Jaber diz não haver ciência por trás da meta de eliminação dos combustíveis fósseis —o que é falso.
 

Após a revelação, o presidente da COP28 convocou uma entrevista coletiva junto ao presidente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), Jim Skea. Nessa, al-Jaber afirmou respeito à ciência e disse que focaria nas negociações. Skea, por sua vez, destacou os dados sobre o abandono gradual dos combustíveis fósseis.
 

Não é somente o Copernicus que aponta que 2023 será o ano mais quente da história. Durante a COP28, foi divulgada uma análise da OMM (Organização Meteorológica Mundial), ligada à ONU, que chega à mesma conclusão.
 

Segundo a análise da OMM, o ano atual deve registrar uma média de temperatura 1,4°C acima dos níveis pré-industriais, o que se soma a "uma cacofonia ensurdecedora" de recordes climáticos quebrados, como citado mais acima.
 

"Enquanto as concentrações de gases de efeito estufa continuarem aumentando, não podemos esperar resultados diferentes dos observados este ano. A temperatura continuará subindo e os impactos de ondas de calor e secas também aumentarão", diz Carlo Buontempo, diretor do Copernicus Climate Change Service.
 

Um relatório divulgado esta semana projeta que 2023 terá o recorde de emissões globais por combustíveis fósseis.
 

De modo geral, o Copernicus tem dados disponíveis a partir de 1940. Porém, Burgess, diretora-adjunta do Copernicus Climate Change Service, apontou, recentemente, que o potencial de análise histórica das temperaturas vai bem além disso.
 

"Quando combinamos nossos dados com o IPCC, podemos dizer que este é o ano mais quente dos últimos 125 mil anos", afirmou Burgess.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Semana de jogo: Bahia tem decisão na Fonte Nova pela permanência na Série A

                                                                                 


A semana terá o jogo mais importante para o Bahia na temporada de 2023. Jogando na Arena Fonta Nova, o Tricolor tenta a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro ao receber a vista do Atlético-MG, na quarta-feira (6), às 21h30, pela 38ª rodada.

 

O time baiano ocupa o 17º lugar na tabela de classificação com 41 pontos e não depende apenas de si para evitar o rebaixamento. Para isso, precisa vencer o Galo e torcer para Santos ou Vasco não vencerem os seus jogos contra Red Bull Bragantino e Fortaleza, respectivamente. O Peixe é o 15º colocado com 43, enquanto o Cruzmaltino aparece em 16º com 42. Caso, a equipe do técnico Rogério Ceni empate o duelo com os mineiros, será necessário que o Gigante da Colina seja derrotado pelo Massa Bruta.

Opinião: Base de Jerônimo vê definição da estratégia em Salvador empurrada com a barriga

                                                                                    



Era final de setembro quando começaram a circular os rumores de que o vice-governador Geraldo Jr. (MDB) teria obtido o aval dos cardeais Jaques Wagner e Rui Costa para ser candidato a prefeito de Salvador e que caberia ao governador Jerônimo Rodrigues anunciar. De lá pra cá, o grupo político só não rachou porque há muitos interesses em jogo, mas o nome do emedebista quase subiu no telhado. E, até aqui, não há um prazo para definir como a oposição vai entrar na disputa pela capital baiana no próximo ano.

 

No PT, há quem defenda ferrenhamente o nome de Robinson Almeida como candidato único do grupo. Apostam no número do partido e na associação com Lula para, se não vencer a disputa pela prefeitura, conseguir manter a bancada de vereadores. É difícil, inclusive, achar um petista que tente argumentar que é melhor para a oposição apostar em um nome como Geraldo Jr. para representá-los em Salvador. No máximo, negociar com o PCdoB ou o PSB para que a esquerda ainda se sinta presente nas urnas.

 

Há tempo suficiente se espera que Jerônimo tome as rédeas desse debate não apenas nos bastidores, mas também publicamente. De semana em semana, o governador empurra com a barriga e, a cada questionamento, adia qualquer anúncio ou entendimento. Os impacientes já ironizam e brincam que o candidato será apresentado após o Carnaval, quando o ano político começa formalmente na Bahia. Onze em cada 10 personagens ouvidos avaliam que, dificilmente, essa decisão sai antes do final de 2023, então se percebe o otimismo do entorno.

 

Robinson é um candidato pesado e, até quem está lado a lado com ele, admite que dificilmente ele emplacaria com competitividade. O grande trunfo dele é ser o único nome que o PT efetivamente colocou para o debate. E, convenhamos, o PT é o único com musculatura suficiente para “bancar” e fazer com que os aliados engulam a seco essa “imposição” democrática. Foi assim em outras oportunidades e pode ser assim outra vez.

 

Um aliado de primeira hora de Robinson garante que não haverá recuo e que a candidatura dele vai até o fim. Essas vozes tentam ecoar o que aconteceu com Jerônimo, que venceu mesmo sendo apresentado em março do ano eleitoral e sem ter sido testado nas urnas. Quase que acreditar que um raio cai duas vezes num único lugar - e na sequência.

 

Esses argumentos emparedam Geraldo Jr., que teria que lutar não apenas contra Bruno Reis e a máquina da prefeitura, mas também com o fogo amigo - que dispõe de armas tanto quanto os adversários contra ele. Como parte dos petistas entende que a sigla pode atingir a mesma marca de Jerônimo na capital em 2022, cerca de 35%, o emedebista não estaria lá muito próximo de ameaçar superar a candidatura petista.

 

São essas falas que tentam se sobrepujar às demais para garantir o PT e só ele à frente da chapa majoritária na capital baiana. “Se fosse Geraldo Jr. o nome a ser apresentado pelo governador, isso já teria sido feito”, asseguram esses interlocutores. Faz sentido. E Jerônimo dá todos os sinais de que eles estão certos. Só não sabemos até quando o comandante desse navio deixará o timão tão solto.

Gerson comenta fala de Raphinha após empate contra o Uruguai: “Querem vencer assim como nós”

                                                                                   Após o empate entre Brasil e Uruguai por 1 a 1, na Casa d...