terça-feira, 17 de setembro de 2024

Bahiafarma investe em inovação farmacêutica através de parcerias e novo centro de pesquisa

                                                                                       


A Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) deu um passo significativo em sua trajetória para se consolidar como referência em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). 

 

Durante um evento realizado na segunda-feira (16), foi anunciada a proposta de criação do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Medicamentos (CPDIM), que será instalado no Parque Tecnológico da Bahia. Com um financiamento inicial de R$ 11,3 milhões, o CPDIM se tornará uma plataforma crucial para o desenvolvimento de novos medicamentos e um espaço multiusuário para pesquisadores de diferentes instituições.

 

A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a secretária de Saúde, Roberta Santana; o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, André Joazeiro; e a presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, estiveram presentes no evento. Eles acompanharam as iniciativas da empresa, que estão alinhadas com a estratégia de fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS). Essa estratégia visa aumentar a produção nacional de medicamentos e insumos para o Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo maior autonomia nacional em uma área tão crucial.

 

A ministra Luciana Santos destacou: “O avanço da Bahiafarma no desenvolvimento de medicamentos e na inovação farmacêutica demonstra o potencial do Brasil para usar sua biodiversidade e recursos científicos para fortalecer o SUS e beneficiar a população.”

 

A Bahiafarma ficará responsável pela gestão técnica do CPDIM, que terá três áreas prioritárias: o Laboratório de PD&I em Medicamentos Sintéticos, o Laboratório Analítico de Medicamentos e o Centro Avançado de Formação e Treinamento. Estima-se que R$ 10 milhões serão necessários para equipar essas instalações.

 

Para a presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, a instituição não deve se restringir apenas à produção de medicamentos. Ela acredita que integrar a linha produtiva da indústria farmacêutica com a produção científica das universidades valoriza o trabalho dos pesquisadores, abre novos mercados e fortalece a Bahia e o Nordeste. Ceuci enfatizou: “Pesquisar nossa biodiversidade e transformar esse conhecimento em produtos que beneficiarão a população deve estar sempre entre nossos principais objetivos.”

 

O CPDIM já conta com a colaboração estratégica de instituições como Fiocruz Nacional e Fiocruz Bahia, Ufba, Uneb, Uefs e UFRB. Esses acordos de cooperação técnica têm sido fundamentais para a pesquisa de moléculas terapêuticas originárias da flora baiana, como o óleo de licuri, conhecido por suas propriedades cicatrizantes. Além disso, plantas como mulungu, aroeira, maracujá do mato e moringa estão sendo estudadas em projetos de inovação.

 

Um dos projetos mais impactantes no momento é o desenvolvimento de uma formulação pediátrica de hidroxiureia, em parceria com a Faculdade de Farmácia da UFBA. Esta formulação será crucial para melhorar a precisão na dosagem diária e a adesão ao tratamento precoce da doença falciforme, que tem a maior incidência na Bahia, afetando principalmente a população negra.

 

A secretária Roberta Santana destacou a importância deste trabalho para a população: “A Bahia enfrenta um desafio particular com a doença falciforme, e ter uma solução local, fruto de pesquisa e inovação, é um grande avanço para o tratamento desses pacientes. Estamos comprometidos em buscar melhorias contínuas para a saúde pública do nosso estado.”

 

Outro projeto notável é o desenvolvimento de um probiótico para tratar neuropatia diabética, condição que afeta milhares de pessoas na Bahia e no Brasil, também em parceria com a UFBA e a UFRB.

 

O secretário André Joazeiro acrescentou que é mais econômico desenvolver tecnologia localmente do que adquirir de fora. “Vamos buscar desenvolver tecnologia com insumos da nossa biodiversidade, utilizando produtos da Caatinga e do Cerrado. Com esses insumos, podemos criar fitoterápicos, cosméticos e outros produtos que a Bahiafarma pode patentear e vender não apenas para o SUS, mas para o mercado nacional e internacional. Isso valoriza a indústria farmacêutica, que passará a ter patentes próprias e a produzir, em vez de apenas replicar modelos existentes,” ressaltou o secretário.

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