segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Opinião: Bruno Reis e Jerônimo Rodrigues cozinham reformas e geram tensão em aliados

                                                                               



          Muita expectativa tem sido criada ao longo das duas últimas semanas sobre as reformas administrativas de Bruno Reis, em Salvador, e de Jerônimo Rodrigues, na Bahia. Todavia, ambos os gestores têm empurrado com a barriga a confirmação de eventuais mudanças nas respectivas equipes. O primeiro por fatores como a lua-de-mel com eleitores e a tragédia recente com a chuva, que resultou em duas mortes. O segundo por não ter conseguido concluir as conversas com os partidos políticos que formam a base. O resultado é uma série de especulações que não necessariamente se confirmam, mas aquecem o noticiário político.

 

Reeleito prefeito em outubro, Bruno deve usar a reforma para dar uma cara maior dele à segunda gestão. Apadrinhado pelo ex-prefeito ACM Neto, ele herdou algumas figuras que tendem a dar adeus aos respectivos postos após quase 12 anos nos escalões superiores da prefeitura. A única mudança confirmada publicamente foi a saída de Pedro Tourinho da Secretaria de Cultura e Turismo, após o prazo pré-estabelecido por ambos para a parceria. Com um trabalho memorável à frente da pasta, Tourinho volta para a iniciativa privada orgulhoso do próprio legado. Na bolsa de apostas, a vice-prefeita Ana Paula Matos surge como uma potencial sucessora, ampliando a experiência dela nas mais diversas frentes, o que a coloca como uma sucessora possível do próprio Bruno.

 

Apesar da ampla votação, o prefeito sabe que precisa fazer um marco para diferenciar as duas gestões na capital baiana. Por isso, mesmo que ele ceda a pressões dos partidos que o apoiaram na eleição, Bruno tem noção que mudanças que impactem negativamente na forma de administrar podem interromper a trajetória de sucesso do grupo político em Salvador. A cautela deve acompanhar qualquer alteração a ser feita. No caso de Jerônimo, a situação tende a ser mais delicada. O governador deve mudar peças para dar uma cara mais dele à administração, depois de honrar o legado do padrinho Rui Costa durante a primeira metade do mandato. As mudanças no caso dele, inclusive, geram muito mais expectativas do que a de Bruno Reis, pois um eventual freio de arrumação pode dar o tom da gestão que caminha para uma candidatura à reeleição em 2026. Jerônimo, possivelmente, deve deixar de ser refém do passado recente, imprimindo uma forma de governar mais próxima ao que ele pensa - até aqui, é muito comum ouvir de aliados que o governador não conseguiu construir uma marca própria.

 

Na esteira dessas eventuais mudanças, é fato que o governo vai acomodar as forças pensando no resultado de 2024 e o reflexos disso para 2026. O governo baiano precisa encontrar espaços para os mais diversos grupos que saíram vitoriosos em outubro, sem deixar ao alento aqueles que não se saíram tão bem assim. É uma equação difícil de resolver, razão pela qual sequer se colocam as opções para quaisquer mudanças a serem feitas no primeiro escalão.

 

O mês de dezembro será marcado, na imprensa, por potenciais alterações nas gestões municipal e estadual, algumas prováveis e outras apenas especulações. No entanto, até o final do ano é provável que saibamos como ambos vão se comportar pensando tanto na administração quanto na acomodação de aliados. Tais movimentos serão cruciais para saber como Bruno e Jerônimo entrndem os próprios futuros políticos. Por isso, acompanhá-los atentamente pode permitir antecipar qual as perspectivas que prefeito e governador têm para 2026...

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