quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

'Não tenho culpa de ser branco', diz Major Tadeu ao afirmar ser vítima de racismo

'Não tenho culpa de ser branco', diz Major Tadeu ao afirmar ser vítima de racismo
Ex-deputado estadual Major Tadeu | Foto: Angelino de Jesus/ OAB-BA
O ex-deputado estadual Major Tadeu (PSB) viveu um dos momentos mais tensos da audiência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) desta quinta-feira (26). Durante seu discurso, Tadeu foi vaiado várias vezes pelo público presente no auditório da entidade e teve dificuldades para terminá-lo, tendo que contar, em alguns momentos, com o auxílio de representantes da OAB-BA, que pediam ordem no local. Em entrevista ao Bahia Notícias, o ex-deputado afirmou ter sido vítima de racismo por parte de um dos integrantes da plateia do evento. “Estava falando sobre o modelo de segurança pública, quando um negro se levantou e disse que não estava aqui para ouvir um branco falar. Isso é racismo também”, disse. Tadeu ainda afirmou que não iria “revidar esse racismo” e pediu que os integrantes do movimento negro refletissem sobre o ocorrido, que, na opinião dele, indica um racismo às avessas. “Eu peço uma reflexão a uns poucos do movimento negro que estão sendo racistas. Isso é racismo. Eu não posso admitir isso. A cor da pele, pra mim, não é relevante e, sim, a inteligência da pessoa, o bom coração e as boas ações das pessoas. Eu sei que foi uma minoria, foi apenas um que fez isso, o movimento negro está de parabéns, tem que lutar mesmo, tá correto, tá certo. Mas eu fui vítima de racismo aqui, quando ouvi isso. Eu estava, simplesmente, propondo mudanças para o modelo de segurança pública”, afirmou. Tadeu ainda avaliou como positiva a audiência desta quinta e que o modelo de segurança pública atual precisa ser revisto. “Esse modelo de segurança pública tem que ser revisto mesmo, o governo tem falhado. Todos os governos, não só o atual. Todos pecaram em não corrigir o modelo de segurança. Os movimentos negros tem razão nos protestos que fazem, os policiais militares e civis tem razão nos protestos que fazem”, disse. O major ainda afirmou ver “risco de guerra” entre policiais militares e a população negra. “Existe um risco de guerra. Esse clima de tensão pode levar a isso. Eu estou muito preocupado. A forma como se conduz esse debate pode levar a isso e isso me preocupa. Por isso, não vou revidar o racismo que sofri”, declarou. Tadeu continuou: “eu não tenho culpa de ser branco". "Eu nasci branco por uma questão de genética. Branco, vírgula! Meu cabelo tem DNA negro. Tenho negros na minha família. Minha pele é branca porque não tomo sol, mas eu sou mestiço. Então, eu fui vítima de racismo. Isso é inaceitável”, bradou.

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