Ex-deputado estadual Major Tadeu | Foto: Angelino de Jesus/ OAB-BA
O ex-deputado estadual Major Tadeu (PSB) viveu um dos momentos mais tensos da audiência da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB-BA) desta quinta-feira (26). Durante seu discurso, Tadeu foi vaiado várias vezes pelo público presente no auditório da entidade e teve dificuldades para terminá-lo, tendo que contar, em alguns momentos, com o auxílio de representantes da OAB-BA, que pediam ordem no local. Em entrevista ao Bahia Notícias, o ex-deputado afirmou ter sido vítima de racismo por parte de um dos integrantes da plateia do evento. “Estava falando sobre o modelo de segurança pública, quando um negro se levantou e disse que não estava aqui para ouvir um branco falar. Isso é racismo também”, disse. Tadeu ainda afirmou que não iria “revidar esse racismo” e pediu que os integrantes do movimento negro refletissem sobre o ocorrido, que, na opinião dele, indica um racismo às avessas. “Eu peço uma reflexão a uns poucos do movimento negro que estão sendo racistas. Isso é racismo. Eu não posso admitir isso. A cor da pele, pra mim, não é relevante e, sim, a inteligência da pessoa, o bom coração e as boas ações das pessoas. Eu sei que foi uma minoria, foi apenas um que fez isso, o movimento negro está de parabéns, tem que lutar mesmo, tá correto, tá certo. Mas eu fui vítima de racismo aqui, quando ouvi isso. Eu estava, simplesmente, propondo mudanças para o modelo de segurança pública”, afirmou. Tadeu ainda avaliou como positiva a audiência desta quinta e que o modelo de segurança pública atual precisa ser revisto. “Esse modelo de segurança pública tem que ser revisto mesmo, o governo tem falhado. Todos os governos, não só o atual. Todos pecaram em não corrigir o modelo de segurança. Os movimentos negros tem razão nos protestos que fazem, os policiais militares e civis tem razão nos protestos que fazem”, disse. O major ainda afirmou ver “risco de guerra” entre policiais militares e a população negra. “Existe um risco de guerra. Esse clima de tensão pode levar a isso. Eu estou muito preocupado. A forma como se conduz esse debate pode levar a isso e isso me preocupa. Por isso, não vou revidar o racismo que sofri”, declarou. Tadeu continuou: “eu não tenho culpa de ser branco". "Eu nasci branco por uma questão de genética. Branco, vírgula! Meu cabelo tem DNA negro. Tenho negros na minha família. Minha pele é branca porque não tomo sol, mas eu sou mestiço. Então, eu fui vítima de racismo. Isso é inaceitável”, bradou.
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