sexta-feira, 24 de julho de 2015

Conselheiro da OAB afirma que legalização de drogas pode aumentar acidentes de trânsito

Conselheiro da OAB afirma que legalização de drogas pode aumentar acidentes de trânsito
Waldir Santos | Foto: Angelino de Jesus
O conselheiro da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Waldir Santos, afirmou que a legalização de drogas poderá aumentar o índice de acidentes de trânsito por não haver mecanismo para aferir o uso de entorpecentes ilegais por motoristas. A declaração do conselheiro foi feita durante a audiência pública da OAB-BA que debateu políticas de drogas no Brasil nesta sexta-feira (24) em Salvador. Waldir Santos, que se opõe a legalização das drogas, afirma que a liberação aumentaria o consumo de entorpecentes, e, com isso, também aumentaria os acidentes de trânsito. Para ele, o debate sobre a legalização das drogas não está sendo feito com sinceridade e que “as pessoas estão sendo enganadas no varejo”, não havendo divulgação de que as drogas ilícitas são as maiores causadoras de acidentes. O conselheiro cita uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul sob encomenda do Ministério da Justiça, que na época era o órgão que abrigava o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) – que hoje é do Ministério das Cidades. “Essa pesquisa mostra que, diferentemente do que a população pensa, não é o álcool que mata mais. O álcool tem como ser medido através de exames de sangue nos hospitais de emergência, em necrotérios e nos bafômetros. Você tem um índice de utilização do álcool como causador de acidentes. Mas o mesmo não acontece em relação as outras drogas, as drogas ilícitas. Essa pesquisa desmistificou essa questão, mas infelizmente, a ela não foi dada a divulgação que as políticas públicas de prevenção a drogas sejam ilícitas ou licitas, tomassem um rumo em consonância com as necessidades da sociedade”, diz o conselheiro. Waldir Santos afirma que “tem muita gente morrendo em acidente de trânsito, perdendo familiares, e achando que é o álcool que está matando”. “O rigor com relação ao álcool deve até ser aumentado. Eu acho que as blitzes devem ser intensificadas. A regra, pela consequência que o uso do álcool ocasiona, deveria ser até mais rigorosa do que é, mas os estudos mostram que o principal causador de acidentes de trânsito não é a droga lícita”, destaca. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe a direção sob o efeito de substâncias entorpecentes. “O problema é que nós só temos medidores para substâncias entorpecentes de álcool. Não temos para outros. Nesse estudo que foi feito pela universidade, foram utilizados, além do bafômetro para o caso do álcool, a testagem com saliva em partes da pesquisa, e a testagem com sangue, em outra parte da pesquisa. São aferições fora de qualquer dúvida. Existe embasamento cientifico para testagem dessa forma. Já existe no mercado internacional equipamentos que verificam o consumo dessas substâncias em testes rápidos. Mas esse trabalho de testagem ainda não foi popularizado, não foi expandido de forma que os governos de outros países, como o Brasil, comecem a utilizar. As vezes, o policial até percebe que a pessoa está sob efeito de uma substância. Eles usam o bafômetro, não detectam nada, porque a pessoa não utilizou álcool, e a pessoa sai dirigindo, expondo a risco a vida de outras pessoas”, afirma. Ele finaliza afirmando que se não houver uma mudança na forma de testagem, o álcool vai continuar sendo o vilão dos acidentes de trânsito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cerca de 3,6 mil bolsistas do Mais Médicos serão efetivados para permanência em municípios

                                                                                    O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (26), ...