quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Cerca de 2,8 mil profissionais se desligaram de serviços no SUS para inscrição no Mais Médicos

Cerca de 2,8 mil profissionais se desligaram de serviços no SUS para inscrição no Mais Médicos
Foto: Agência Brasil
A abertura de 8,5 mil vagas no Programa Mais Médicos provocou um processo de migração de profissionais que já atuavam em outros serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Cerca de quatro em cada dez médicos inscritos neste edital e alocados nos municípios já atuavam em unidades de saúde. Os dados são de um levantamento divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

De acordo com a entidade, a última relação nominal de inscritos no Mais Médicos divulgada pelo Ministério da Saúde contabilizava 7.271 profissionais alocados. Ao cruzar os dados com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), o Conasems constatou que, deste total, 2.844 já atuavam na Estratégia de Saúde da Família (ESF). O número é ainda maior se contabilizados profissionais que atuam em outros serviços do SUS, como hospitais e UPAS.

O levantamento aponta que, na Bahia, 325 dos médicos que atuavam na ESF migraram para o Mais Médicos. Em números absolutos, o estado fica apenas atrás de Minas Gerais, onde o número chega a 420. Em diferentes proporções, o movimento afeta todas as unidades federativas.

“Ao invés de somar profissionais, esse novo edital está trocando o problema de lugar. Se o médico sai de um serviço do SUS para atender em outro, o município de origem fica desassistido, independente se esse médico se desloca da atenção básica ou da especializada, principalmente em relação ao norte e nordeste onde todos os estados têm municípios com perfil de extrema pobreza e necessitam da dedicação desses profissionais que já estão trabalhando”, avaliou o presidente do conselho, Mauro Junqueira.

O programa federal oferece bolsas de R$ 11,8 mil, valor superior à média do Norte e Nordeste ofertada aos profissionais da Estratégia de Saúde da Família. Além disso, segundo o Conasems, os municípios pagam ajuda de custo que varia entre R$ 1 mil e R$ 3 mil para cada profissional. O médico vinculado ao Mais Médicos tem carga horária semanal de 32 horas de trabalho e 8 horas dedicadas às atividades de ensino, pesquisa e extensão.

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