Segundo ela, a opção por não voltar a Cuba os torna impedidos de entrar no país por oito anos. Um prazo que já era conhecido, diz. O problema são as novas dificuldades enfrentadas nos últimos dois meses. Ainda sem emprego, a médica diz sobreviver com cestas básicas doadas pela prefeitura.
Em grupos de Whatsapp e Telegram, a cubana mantém contato com centenas de outros profissionais. A médica diz que assim como ela, seus compatriotas estão desamparados e sem dinheiro para se manter no Brasil.
Apesar do aumento nos pedidos por refúgio, dados do Conare apontam que tem sido baixa as concessões para cubanos nos últimos anos. Até 2017, 60 cubanos viviam no Brasil refugiados. Em 2018, até outubro, 42 obtiveram o reconhecimento desta situação. Nos últimos oito anos, foram 6.720 pedidos, número que começou a aumentar em 2016, em parte por uma nova rota de cubanos vindos pela Guiana e Roraima.
Laferté, porém, lembra que boa parte pede o refúgio por segurança e fica no país só de passagem, não sendo mais localizado pelas entidades. Em dezembro, dados mostram que o maior número de pedidos não veio de Roraima como em outros meses, mas de São Paulo, o que reforça a possibilidade de que o aumento recente esteja associado a outros fatores, como o fim da parceria no Mais Médicos.
Em alguns casos, segundo os médicos, a solicitação de refúgio tem sido feita com apoio de prefeituras e OABs locais, além de associações críticas ao regime de Cuba.
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