quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Bahia tem 8 pré-candidaturas LGBTI+ para 2020 em levantamento de Aliança Nacional

Bahia tem 8 pré-candidaturas LGBTI+ para 2020 em levantamento de Aliança Nacional
Foto: Reprodução / Agência Brasil
A Aliança Nacional LGBTI+, uma organização da sociedade civil pluripartidária, iniciou um levantamento de pré-candidaturas LGBTI+ para as Eleições Municipais 2020. Até agora são 82 pré-candidaturas em todo o Brasil, entre gays, lésbicas, mulheres trans e bissexuais submetidas ao levantamento. PDT é partido preferencial até o momento . 

Na Bahia, 8 pré-candidaturas ao Legislativo foram identificadas para o pleito do próximo ano. Quatro lésbicas, um gay, um sem expressão de gênero definido e um aliado devem concorrer a uma vaga nas câmaras de vereadores de Lauro de Freitas (1), Ilhéus (2) e Salvador (5).

A ideia da Aliança Nacional LGBTI+ é estimular a representatividade nos espaços de poder a partir das eleições do próximo ano e provocar o debate na sociedade. Os pré-candidatos que quiserem ser identificados pelo levantamento devem preencher corretamente os dados por meio do link disponível.

A Aliança ainda deve reunir propostas para a criação de um termo de compromisso que congrega ações para gerar participação efetiva da comunidade. A ideia é aumentar a representação em frentes parlamentares de Direitos Humanos, a proposição de leis pela cidadania LGBTI+, a garantia de recursos financeiros por meio do orçamento, a defesa da educação pública de qualidade e o zelo pelo estado laico.

A eleição de 2020 será o primeiro enfrentamento do grupo com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), visto pela comunidade com um perfil “homofóbico”, nas urnas.

Expansão do 'reconhecimento facial' para interior está em processo de licitação

Expansão do 'reconhecimento facial' para interior está em processo de licitação
Foto: Alberto Maraux/SSP
Em julho, o secretário de Segurança Pública (SSP), Maurício Barbosa, indicou que o governo do estado pretendia ampliar o sistema de reconhecimento facial já implantado em Salvador para outros municípios baianos . Neste mês de outubro, o processo já encontra-se encaminhado. 

Segundo a pasta, “a proposta para licitação de mais câmeras com reconhecimento facial está em fase de análise jurídica com a Procuradoria Geral do Estado”. A SSP, no entanto, ainda não sabe quais cidades do interior do estado receberão o programa.

De acordo com dados da pasta, o sistema já atuou em 76 casos desde que foi implantada no estado, no início deste ano.  A primeira prisão efetuada por conta da ação do programa aconteceu em março, durante o Carnaval.

EXPANSÃO NACIONAL

Na última quinta-feira (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, assinou duas portarias. Em suma, elas regulamentam o incentivo financeiro das ações do Eixo Valorização dos Profissionais de Segurança Pública, no âmbito da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social e do Sistema Único de Segurança Pública, com os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública.

Os recursos serão repassados aos fundos de segurança pública dos estados e do Distrito Federal, “que estabeleçam programas locais de valorização dos profissionais de segurança pública”. Serão 30% destinados ao bloco de custeio e 70% ao de investimentos.

Na portaria, o sistema de reconhecimento facial é citado como uma das medidas “para redução e controle da violência e da criminalidade, a serem desenvolvidas em territórios que apresentam altos indicadores criminais, ampliando a percepção de segurança e proteção social, por meio de ações multidisciplinares, intersetoriais e de integração de atores nas diversas esferas”.

Além do programa estabelecido inicialmente na Bahia, a pasta empenhará recursos que fomentem implantação de sistemas de comunicação operacional, como radiocomunicação, telefonia móvel e internet; introdução de de solução tecnológica para inteligência, atendimento e registro único de ocorrências, centrais de despacho, georreferenciamento de viaturas, policiamento preditivo, e câmeras corporais ou veiculares; além de construção, reforma, ampliação, adequação e estruturação tecnológica de espaços e edificações para a gestão e governança integradas de ações de segurança pública.

Procurados para repercutir sobre o tema, a SSP e o secretário Maurício Barbosa não responderam à reportagem.

Somente 28% dos recursos necessários para recuperar rodovias da BA foi investido em 2019

Somente 28% dos recursos necessários para recuperar rodovias da BA foi investido em 2019
Foto: Reprodução/EBC
Apenas 28,38% dos recursos necessários para recuperar as rodovias da Bahia foram investidos em 2019, de acordo com dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT) e da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra).

A Pesquisa CNT Rodovias 2019 apontou que é necessário um investimento de R$ 2,10 bilhões para recuperar as rodovias que cortam o estado com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução. O documento revelou que 57,5% da malha rodoviária pavimentada na Bahia apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. Os outros 42,5% da malha são considerados ótimos ou bons.  A CNT também constatou que 83,8% da extensão das rodovias baianas são deficitárias e 16,2% ótimas ou boas. As pistas simples predominam em 96%.

Do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente na Bahia em 2019, de R$ 436,60 milhões, foram investidos R$ 330,39 milhões até setembro, que corresponde a 75,7%. A nível estadual, o governo da Bahia investiu R$ 266 milhões em obras de recuperação e pavimentação de 622,06 km de estradas.

A previsão é de que neste ano a malha viária da Bahia ainda receba investimentos na ordem de R$ 416,21 milhões. Deste valor total, R$ 106,21 milhões referente a recursos do governo federal e R$ 310 milhões do governo estadual.

RESULTADOS DA PESQUISA
O levantamento CNT de Rodovias avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 8.995 km na Bahia. No Brasil o total foi de 108.863 km. Os técnicos identificaram 28 pontos críticos no estado: 10 erosões na pista e 18 trechos com buracos grandes.

Em relação a geometria das vias, a CNT apontou que falta acostamento em 38,1% dos trechos baianos observados. Em relação a malha viária com curvas perigosas, os dados indicam que em 55,7 % não há acostamento e nem defensa. E quanto a sinalização, foi detectado que 52,3% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima, e 47,7% ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 4,0% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 11,2%.

Os dados ainda revelam um aumento do custo operacional do transporte de aproximadamente 23,2% devido às condições do pavimento. A CNT destaca que este fato reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos. Uma vez que a estimativa da Confederação é de que, em 2019, haverá um consumo desnecessário de 67,6 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício poderá custar até R$ 239,35 milhões aos transportadores.

Bolsonaro diz que porteiro é quem menos tem culpa por citação no caso Marielle

Bolsonaro diz que porteiro é quem menos tem culpa por citação no caso Marielle
Foto: Câmara dos Deputados
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou em postagem nas redes sociais nesta quarta-feira (30) que o porteiro do condomínio onde tem casa no Rio de Janeiro é "aquele que tem menos culpa nesse crime" -a citação de seu nome no caso Marielle Franco (PSOL).

Reportagem do Jornal Nacional de terça-feira (29) apontou que um porteiro (cujo nome não foi revelado) disse à Polícia Civil que, no dia do assassinato da vereadora, Élcio Queiroz, ex-policial militar suspeito de envolvimento no crime, afirmou na portaria do condomínio que iria à casa de Bolsonaro, na época deputado federal.

Marielle e o motorista Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março de 2018.

A versão foi refutada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que afirmou que a versão apresentada no depoimento não corresponde aos fatos apurados durante a investigação.

No post, Bolsonaro publicou uma foto de um despacho da Advocacia-Geral da União pedindo à Procuradoria-Geral da República que apure a divulgação de informações no inquérito sobre a morte de Marielle. 

No documento, o ministro André Mendonça destacou que houve vazamento em investigação sob segredo de Justiça, "com possível envolvimento de agentes públicos neste ilícito", o que caracterizaria improbidade administrativa.

O ofício fala ainda em ofensa à Lei de Segurança Nacional, que pune com reclusão de um a quatro anos os crimes de calúnia e difamação da figura do presidente da República. O documento é endereçado ao ministro da Justiça, Sergio Moro, para sua ciência.

Na postagem, Bolsonaro disse que o porteiro é quem menos tem culpa "nesse novo crime", em referência ao vazamento e a uma possível infração à Lei de Segurança Nacional. Ele também afirmou que "muitas autoridades tiveram acesso a um processo que corria em segredo de Justiça".

"Com áudios da portaria nas mãos, os responsáveis pela investigação não poderiam citar o então deputado Jair Bolsonaro como possível mandante do crime", escreveu. 

No dia do assassinato de Marielle, Bolsonaro estava em Brasília, segundo a lista de presença da Câmara dos Deputados.

Na postagem, Bolsonaro afirmou que "querer responsabilizar o porteiro" como único culpado em uma nova investigação em curso, sobre a informação falsa, "não é justo".

"Por ser uma pessoa humilde pode ter sido induzido a assinar o depoimento", escreveu. "Muitas autoridades tiveram acesso a um processo que corria em segredo de Justiça."

No dia da veiculação da reportagem no Jornal Nacional, o presidente acusou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), de ter vazado a informação à TV Globo.

Witzel nega e diz que não teve acesso ao inquérito. 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou a divulgação do episódio como um "factoide" e afirmou que a menção ao nome do presidente na investigação do caso Marielle já havia sido arquivada pela PGR e pelo Supremo Tribunal Federal.

Nesta quarta, a promotora Simone Sibilio, do Rio, afirmou que a investigação teve acesso a documentos e gravações e que restou comprovado que a informação dada pelo porteiro não procede.

Segundo a Promotoria, há registro de interfone para a casa 65 (enquanto a casa de Bolsonaro é a de número 58), e a entrada de Élcio foi autorizada pelo morador do imóvel, Ronnie Lessa -que está preso sob suspeita de envolvimento na morte de Marielle.

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, publicou vídeo nesta quarta, segundo ele gravado na administração do condomínio, apontando que a solicitação de entrada de Élcio havia sido para a casa de Ronnie Lessa, e não para a de Bolsonaro.

Ele reproduziu a ligação registrada às 17h13. O porteiro anuncia a chegada do "senhor Élcio". A voz do outro lado, diferente da de Jair Bolsonaro, responde: "Tá, pode liberar aí".

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Governo estuda reduzir em 30% encargos trabalhistas para gerar empregos para jovens

Governo estuda reduzir em 30% encargos trabalhistas para gerar empregos para jovens
Foto: Reprodução / G1
O governo do presidente Jair Bolsonaro estuda cortar em 30% os encargos trabalhistas de empresas que empregarem jovens entre 18 e 29 anos e pessoas com idade acima de 55 anos.

A medida faz parte das ações que serão anunciadas em breve pela equipe econômica para gerar empregos e mostra uma preocupação social do governo num momento de tensão nos países vizinhos, de acordo com o G1.

A redução em 30% dos encargos trabalhistas valeria por um período de dois anos para estimular a contratação de jovens que estão com dificuldades de ingressar no mercado de trabalho.

O corte pode ser feito na contribuição previdenciária, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), salário-educação e contribuições do Sistema S (que reúne instituições como Sesc, Senai e Senac). A medida deve ser anunciada na próxima segunda-feira (4), quando o Palácio do Planalto vai fazer um balanço dos primeiros 300 dias do governo Bolsonaro.

A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, também está finalizando a elaboração de quatro propostas de emenda constitucional para serem enviadas ao Congresso em novembro. Uma delas será a reforma administrativa, que visa cortar gastos com pessoal, reduzindo os salários iniciais das carreiras do setor público e eliminando a estabilidade para os futuros servidores, com exceção das carreiras típicas de Estado, como diplomatas e auditores fiscais.

As outras três PECs se referem ao pacto federativo. Uma delas vai criar o regime de emergência fiscal, que fará mudanças na regra de ouro, criando mecanismos para serem acionados sempre que a norma estiver em risco de ser descumprida. A regra de ouro visa impedir que o governo se endivide para pagar despesas correntes, mas vem sendo descumprida nos últimos anos com a aprovação de créditos extraordinários no Congresso.

Construção de hotel de luxo ameaça terra indígena no Sul da Bahia

 Construção de hotel de luxo ameaça terra indígena no Sul da Bahia
Foto: Renato Costa/FramePhoto/Folhapress
A construção de um hotel de luxo pelo grupo europeu Vila Galé foi apontada pelo The Intercept como uma ameaça à uma área reclamada pelo povo indígena Tupinambá de Olivença, no Sul da Bahia, onde vivem 4.600 nativos, além de pescadores artesanais.

Elencada pelo site como um “caso inédito”, o processo envolveria “um órgão federal", que estaria fazendo lobby sobre o outro. Isso porque o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) solicitou oficialmente à Fundação Nacional do Índio (Funai), em julho, o encerramento do processo de demarcação da uma reserva indígena em questão para a construção do empreendimento hoteleiro.

No documento, a Embratur argumenta que a rede Vila Galé tem a intenção de “viabilizar a construção de dois empreendimentos hoteleiros, do tipo resort, com 1040 leitos, no estado da Bahia”, assim como pretende dar “uma ampla divulgação do Brasil em Portugal e na Europa, através do empreendimento voltado para turistas estrangeiros”.

“Desta forma, a Embratur vem à presença de vossa Senhoria [Marcelo Augusto Xavier, presidente da Funai] manifestar o seu interesse no encerramento do processo de demarcação de terras indígenas Tupinambá de Olivença, localizadas especialmente nos municípios de Una e Ilhéus, Estado da Bahia. (...) Rogamos o fundamental e imprescindível apoio para a viabilização deste importante pólo turístico”, declara o ofício.

Um protocolo de intenções foi firmado entre o governo do estado da Bahia, a prefeitura de Una (município onde se localiza a propriedade) e o grupo Vila Galé. investimento previsto é superior 200 milhões de reais e deve gerar mais de 500 empregos diretos e 1.500 indiretos, segundo a Embratur.

o Instituto Brasileiro de Turismo frisou ainda, no ofício, que o Vila Galé, assim como outros grupos e investidores, têm interesse em construir na área empreendimentos turísticos imobiliários, “compostos por um aldeamento de casas e condomínios de apartamentos residenciais, com serviços hoteleiros”.

De acordo com The Intercept, o presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, amigo de Bolsonaro, foi além dos trâmites oficiais e usou as redes sociais para descrever o projeto como “magnífico”, acrescentando que o mesmo “conta com o apoio do governo federal”.

Ao site, a Embratur justificou dizendo que “não tem competência para interromper a demarcação de terras indígenas”, e se defendeu das acusações com o argumento de que o documento "apenas solicita a revisão do processo de maneira a garantir a segurança jurídica e estimular o desenvolvimento do turismo na região citada”.

O site português Público reproduziu as informações publicadas pelo The Intercept, em resposta, o grupo Vila Galé, disse não haver indígenas, "nem quaisquer vestígios dos mesmos”, no terreno de 20 hectares que planeja instalar o hotel de luxo. Segundo a empresa, o processo de demarcação de terra indígena “não está concluído”.

“Não está aprovado pelo Ministério da Justiça que tutela a Funai e muito menos pelo Presidente da República, o que é essencial. Existe uma contestação desta pretensão por parte dos proprietários que fundamentam a total inconsistência do processo. Só após aprovação formal do Presidente da República é que se poderá falar em terreno indígena”, reiterou.

O Vila Galé explicou também que é reconhecido “pelos seus investimentos em integral respeito pelas normas ambientais e urbanísticas e de uma forma socialmente responsável”.

Sem discutir 2020, comando do PSL-BA incomoda aliados e pode perder deputado

Sem discutir 2020, comando do PSL-BA incomoda aliados e pode perder deputado
Foto: Divulgação / PSL-BA
Enquanto não faltam partidos para discutirem as eleições de 2020 e até de 2022, o comando do PSL na Bahia parece não ter pressa para debater o pleito municipal do próximo ano. Virou motivo de insatisfação entre aliados da legenda comandada por Dayane e Alberto Pimentel, a falta de diálogo sobre o pleito que se aproxima. 

Nos bastidores, incomoda o deputado estadual Pastor Tom, recém convertido ao PSL, a indefinição do futuro político de Dayane, que já ventilou ser candidata em Salvador ou Feira de Santana . De olho na prefeitura da Princesa do Sertão, o deputado teria ameaçado deixar o partido e concorrer em 2020 por outra legenda, caso Dayane Pimentel não traga definições sobre a estratégia eleitoral do PSL baiano no município. 

O parlamentar já teria inclusive rompido com o secretário-geral do PSL-BA, Alberto Pimentel, por ter demonstrado publicamente a vontade de participar do pleito municipal na cidade. A avaliação do grupo de entorno do pastor é que o parlamentar pode mudar de  legenda sem perder o mandato, por não ter sido eleito pelo PSL. O deputado chegou a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pelo Patriota, partido que não ultrapassou a cláusula de barreira nas eleições de 2018. 

O deserto de discussões também incomoda os deputados estaduais Capitão Alden e Talita Oliveira, duas expoentes do PSL no estado. Talita já teria se mostrado, nos bastidores, cobrada por lideranças do sul da Bahia pela falta articulação para a eleição municipal. Alden teria viajado a Brasília para tratar sobre questões partidárias com a presidente, mas não teria encontrado Dayane por lá. 

Desde o início do mandato, Dayane tem se dedicado a vida parlamentar em Brasília, ficando Alberto responsável pelas nomeações de diretórios municipais na Bahia. O modo de operar do secretário, no entanto, foi criticado pelo ex-vice-presidente do PSL-BA, Ilton Santos, que deixou o cargo. Santos acusou Alberto de não atender de maneira satisfatória aliados e guiar a legenda com “modelo do coronelismo” . O secretário-geral rebateu o ex-aliado . 

Para Dayane, o PSL segue do mesmo jeito e no mesmo ritmo. Procurada pelo Bahia Notícias, a presidente negou que irá intensificar as discussões sobre 2020. “Não iremos jogar açúcar no mar com candidaturas invisíveis e inviáveis. Por isso estamos analisando o cenário nas cidades baianas e iremos disputar onde houver condições favoráveis para lançar candidaturas”, declarou. 

Lançar candidatos a prefeito e vereador em todos os municípios baianos foi uma missão dada pelo presidente nacional do PSL e aliado de Dayane, o deputado federal Luciano Bivar (PE). 

Robinson é condenado a pagar R$ 50 mil de multa por calúnia a ACM Neto

Robinson é condenado a pagar R$ 50 mil de multa por calúnia a ACM Neto
Foto: Divulgação
O deputado estadual Robinson Almeida (PT) foi condenado pela 12ª Vara Criminal de Salvador a pagar R$ 50 mil de danos morais ao prefeito ACM Neto (DEM) e à mãe do gestor da capital baiana, Maria do Rosário Magalhães. 

O  petista foi processado por calúnia após publicar em sua página do Facebook um texto no qual afirmava que o prefeito, no dia do aniversário de Salvador, teria beneficiado indevidamente a ONG presidida por Rosário Magalhães com R$ 2,8 milhões da prefeitura. 

A mãe de Neto preside a Parque Social, que firmou contratos para a gestão do Programa Municipal de Aprendizagem da prefeitura. Aprovado pela Câmara com dispensa de licitação , o convênio poderia chegar a R$ 6 milhões. O Ministério Público chegou a investigar os contratos a pedido do vereador José Trindade .

Na decisão, o juiz chega a condenar Robinson à prisão por um ano, nove meses e 23 dias em regime semiaberto. No entanto, a medida foi substituída pelo pagamento da multa “suficiente à repreensão dos delitos", diz um trecho da sentença. Robinson deverá pagar R$ 30 mil ao prefeito ACM Neto e R$ 20 mil a Rosário Magalhães. 

Além das multas, o deputado também deverá prestar serviços comunitários. "Ao plantar, indevidamente, a dúvida na mente dos leitores do seu texto, o querelado (deputado) se distanciou, e muito, da crítica autorizada, passando a ofender a honra interna dos querelantes, maculando a reputação e a respeitabilidade de ambos perante a sociedade, fato extremamente grave e merecedor de reparação", frisa o juiz.

Procurado, Robinson Almeida classificou a decisão como injusta e declarou que irá recorrer. O petista defendeu que apenas fez uma crítica política a ACM Neto na postagem em que teria questionado os investimentos na Parque Social. “Postei que o prefeito ACM Neto privilegiou primeiro os dele para depois o resto, em referência a um ditado bíblico”, disse.

“Acredito que o gestor priorizou o investimento na ONG presidida pela mãe ao invés de investir na saúde básica do município que na época carecia. Foi uma crítica política”, declarou o petista. O deputado ainda defendeu que na postagem não foram colocados adjetivos ou calúnias, apenas críticas a uma decisão do gestor público. “Vou recorrer para guardar a minha liberdade de expressão”, disse. 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Bovespa fecha em novo recorde, puxada por ações de bancos

Bovespa fecha em novo recorde, puxada por ações de bancos
Foto: Reprodução / G1
O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, renovou seu recorde de fechamento ontem segunda-feira (28), puxado principalmente pelas ações dos bancos. Durante o pregão, investidores repercutiram o resultado das eleições na Argentina, questões comerciais entre China e Estados Unidos e decisões de política monetária nos EUA e Brasil.

O Ibovespa encerrou o dia em alta de 0,77%, a 108.187 pontos. O dólar caiu 0,39%, a R$ 3,9924. As ações preferenciais do Bradesco subiam 3,6%, enquanto as do Itaú se valorizaram 1,3%. Já os papéis do Banco do Brasil avançaram 2,2%, em semana de divulgação de resultados do setor. As ações dos bancos têm peso importante na composição do índice.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,35%, a 107.363 pontos.

SEC firma parceria com Fundação Getúlio Vargas para formação de professores na BNCC

SEC firma parceria com Fundação Getúlio Vargas para formação de professores na BNCC
Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias
A capacitação dos professores baianos das redes estadual, municipais e privadas para aplicação e adaptação à nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) será feita a partir de uma parceria entre a Secretaria de Educação (SEC), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e as universidades estaduais.

O objetivo de BNCC é de nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino de todos os estados do Brasil, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. Conforme resoluções do Conselho Nacional de Educação, a BNCC para Educação Infantil e Ensino Fundamental deve ser utilizada nas escolas via referenciais curriculares das redes e projetos pedagógicos das escolas a partir de 2020. Para o Ensino Médio o prazo é em 2021. O limite é o mesmo para escolas públicas ou privadas.

O cronograma da SEC prevê o envolvimento dos 417 municípios no processo de capacitação. De acordo com Manuelita Brito, superintendente de Políticas para a Educação Básica do Estado, o primeiro passo será a preparação dos formadores, pessoas que irão aos Núcleos Territoriais de Educação (NTEs) e serão responsáveis pela formação das equipes municipais. “A gente prepara essa equipe de formadores, no próximo ano a gente já inicia o ano letivo com evento institucional envolvendo todos os municípios e a própria formação das equipes municipais. Cada município terá uma equipe composta de 12 pessoas que farão a multiplicação desse processo de formação”, explicou a superintendente.

O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, exaltou a parceria com as entidades e o processo de capacitação. “Os professores que estão aí, que foram formados ao longo dos tempos, não estão com conteúdo atualizado para essa nova base. Então nós temos que preparar os professores para que eles possam adequar o conteúdo ao que a nova BNCC está propensa”, ressaltou Jerônimo ao Bahia Notícias.

A previsão, de acordo com Manuelita, é de que a capacitação ocorra a partir de fevereiro do ano que vem, logo após a Jornada Pedagógica e um evento institucional específico do BNCC. A formação dos professores do ensino básico e fundamental contará com dois encontros presenciais, que acontecerão em dois dias em cada polo. A superintendente ainda afirmou que a SEC, FGV e universidades vão disponibilizar um material de apoio, além de equipes de acompanhamento, ambientes virtuais de aprendizagem, plataformas de educação à distância e ferramentas de comunicação em tempo real.

BNCC DO ENSINO MÉDIO
Com um prazo até 2021, o texto do Documento Curricular Referencial do Ensino Médio da Bahia está em fase de elaboração da minuta. Esse processo é feito pelo secretário Jerônimo Rodrigues, que a conta com a colaboração de redatores, estudiosos, pesquisadores e professores, conforme explica a superintendente de Políticas para a Educação Básica.

“A partir daí, em fevereiro e março, nós abrimos para consulta pública, com a realização de algumas audiências inclusive. Este é o momento em que a academia, a sociedade civil organizada, as próprias escolas e os estudantes podem fazer proposições e alterações”, disse Manuelita. O passo seguinte, de acordo com a previsão na SEC, é de que nos meses de abril e maio o documento seja reformulado a partir das contribuições. “Incorporando aquilo que é cabível”, salientou a superintendente. Por fim, em junho, o projeto de BNCC deve ser encaminhado ao Conselho Estadual de Educação. 

Faculdades da Bahia recebem pelo menos R$ 3 bi com Fies; 34% do valor está inadimplente

Faculdades da Bahia recebem pelo menos R$ 3 bi com Fies; 34% do valor está inadimplente
Foto: Reprodução / Agência Brasil
De 2010 para cá, faculdades particulares instaladas na Bahia firmaram 122 mil contratos com o Fies, programa de financiamento ao ensino superior do governo federal. Os contratos devem movimentar pelo menos R$ 3,45 bilhões para as 85 faculdades no estado que aderiram ao Fies até o fim dos acordos. 

Do montante bilionário, 34%, cerca de R$ 1,1 bilhão, está inadimplente. No Fies, o estudante pode escolher pagar boa parte do empréstimo após 18 meses do término da graduação ou durante a formação. É considerado inadimplente o pagamento com atraso igual ou superior a 90 dias. Os dados nacionais foram obtidos pelo Fiquem Sabendo e tratados pelo Bahia Notícias.

O principal beneficiário do Fies no estado com os contratos é o Centro Universitário Jorge Amado. A instituição de ensino deve receber 13 mil contratos, R$ 329 milhões. Do montante, pelo menos R$ 115 milhões estão inadimplentes. É da faculdade também o maior saldo de devedores. 

DÍVIDAS COM O FIES
Dados da Coordenação de Concessão e Controle do Financiamento Estudantil (Cosif), ainda revelaram que a Bahia tem a 5° maior dívida com o Fies do Brasil: 5% do valor total de R$ 11,4 bilhões de contratos com pagamento em atraso pelo país. O número se refere a contratos firmados entre 1999 e 2009. A maior gama de inadimplentes está em São Paulo, com 145 mil contratos e pagamento em atraso acumulado que soma R$ 3,36 bilhões. 
 
As maiores dívidas com o Fies na Bahia estão matriculadas nos cursos de Direito e Enfermagem. Para as Ciências Jurídicas, o Fies celebrou 2,9 mil contratos de alunos que atualmente estão inadimplentes e têm, juntos, uma dívida de R$ 92,67 milhões com o governo federal (saiba mais aqui). 

Reunião entre Neto e Lupi avalia alianças entre DEM e PDT de olho nas capitais e em 2022

Reunião entre Neto e Lupi avalia alianças entre DEM e PDT de olho nas capitais e em 2022
Foto: Paulo Victor Nadal / Bahia Notícias e Divulgação / PDT
Presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto, terá uma reunião com o chefe do PDT, Carlos Lupi, nesta semana, em Brasília. Ambos discutirão possíveis alianças em outros estados do Brasil. No entanto, de acordo com o gestor soteropolitano, isto não deve acontecer no primeiro momento, embora ele não descarte a possibilidade.

“Não significa dizer que haverá aliança na Bahia ou em Salvador. Nós estamos com uma conversa nacional, que, eventualmente, poderia até, em algum momento, se estender para o plano local. Mas, por enquanto, faremos uma conversa mais ampla em aspecto nacional”, explicou, em entrevista ao Bahia Notícias.

Neto afirma “não ter nenhuma restrição ao PDT”. "Muito pelo contrário. Acho que o partido tem bons quadros e, de fato, esse diálogo vai acontecer”, pontuou.

Lupi comunga com o discurso de Neto. O presidente nacional pedetista diz “não ter preconceito com nenhum partido”. “Nós não estamos fechados a diálogo com ninguém. Por exemplo: fui ao Mato Grosso. Lá, o governador é do DEM, o vice é do PDT. Lá tenho uma aliança configurada. Vai depender muito da circunstância, da realidade local, desse quadro que a gente está avaliando”, indicou.

Não é o primeiro encontro entre Lupi e Neto em outubro. Os dirigentes tiveram uma conversa informal durante o encontro nacional de presidentes e líderes de partido, em Brasília, na última semana. Em Salvador, o pedetista também teve um encontro com o governador Rui Costa (PT). “Somos aliados. Ele sempre tratou a gente com muito respeito, muito carinho. Nós fomos conversar um pouco com ele sobre o quadro estadual e nacional”, disse Lupi.

Conforme apurado pelo BN, esta aliança deve permanecer, inclusive com anuência de Neto. Segundo os correligionários do prefeito, com a filiação do secretário Leo Prates (Saúde) ao PDT, a intenção é ter a sigla de Lupi como "aliada formal" mesmo que a legenda não rompa com a base petista. Na capital baiana, o vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) já integra a base do prefeito (leia mais aqui). 

VISITA A SALVADOR
A conversa de Lupi com o Bahia Notícias não se resumiu ao encontro com o prefeito soteropolitano. Ele revelou uma conversa inicial com o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani. A pauta: prefeitura de Salvador. 

O dirigente pedetista também comentou sobre a suspensão dos deputados que votaram a favor da reforma da Previdência (leia mais aqui) e falou sobre o voto da senadora Kátia Abreu, que votou pela aprovação do texto (leia mais aqui).

Tática de Temer de questionar áudio da JBS vinga após 2 anos

Tática de Temer de questionar áudio da JBS vinga após 2 anos
Depois de uma noite sem dormir, Michel Temer chegou antes das 8h ao gabinete naquele 18 de maio de 2017. Abatido, disse a auxiliares que não sabia se teria condições de continuar no cargo.

O presidente repetia que não se lembrava de detalhes da conversa que tivera com Joesley Batista em março. A PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmava que, num encontro gravado, Temer havia autorizado a compra do silêncio de potenciais delatores.

Um ministro perguntou ao presidente se, durante a noite, ele se lembrara de ter dito algo que corroborasse a acusação. Temer respondeu que não. O auxiliar sugeriu então que, enquanto a dúvida permanecesse, a melhor estratégia seria o enfrentamento.

O presidente se escorou nessa dúvida por dois anos e cinco meses. No último dia 16, Temer foi absolvido da imputação de obstrução da Justiça. O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos afirmou que o conteúdo da gravação, de baixa qualidade, "não configura, nem mesmo em tese, ilícito penal". O Ministério Público recorreu.

A peça mais explosiva da delação da JBS, que quase derrubou um presidente da República, é parte de um processo cercado de polêmicas.

Quando a notícia da delação estourou no site do jornal O Globo, Temer juntava com dificuldade as peças do encontro com Joesley, ocorrido em 7 de março. O presidente disse a aliados que jamais dera aval a pagamentos para evitar as delações do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) e do operador Lúcio Funaro.

Temer contou, porém, que entendia, sim, que o empresário dava dinheiro à família de Cunha, preso em 2016, e que interpretava aquilo como um gesto de solidariedade.

O presidente rejeitou a hipótese de renúncia, mas cogitou outra opção. Auxiliares sugeriram que ele enviasse ao Congresso uma proposta para antecipar as eleições.

Temer foi demovido pelos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), que achavam possível vencer a batalha política.

A princípio, Temer optou por fazer uma defesa genérica. Apostou na incerteza pois, quando chegou ao púlpito do palácio, não conhecia ainda a gravação em poder da PGR.

O áudio foi liberado enquanto Temer falava. Ao ouvir a conversa, logo depois, o presidente soltou palavrões.

A sentença que absolveu o ex-presidente, em 16 de outubro deste ano, afirmou que os procuradores deram "interpretação própria" ao áudio.

"Afirmações monossilábicas, desconexas, captadas em conversa com inúmeras interrupções [...] não se prestam a secundar as ilações contidas na denúncia", escreveu o juiz.

A decisão cita 76 interrupções na gravação e 76 trechos ininteligíveis. Ao denunciar o então presidente, a Procuradoria transcreveu a conversa sem a anotação dessas falhas.

Temer é alvo de processos e investigações em outros oito casos. Um deles é o episódio da entrega da mala ao então deputado Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), gravada na delação da JBS. O ex-presidente é acusado de ser o destinatário final do dinheiro, propina em troca de vantagens para a empresa. Temer nega.

Dois livros lançados nos últimos meses reproduzem percepções diferentes dos investigadores em relação à gravação entre Joesley e Temer. Em "Why Not", a jornalista Raquel Landim, repórter associada do jornal Folha de S.Paulo, narra que o promotor Sérgio Bruno se mostrou decepcionado com o diálogo quando o áudio chegou à PGR, em 27 de março de 2017.

Janot, por outro lado, descreve a efusividade de sua equipe ao ouvir a gravação. "Ali estava o presidente da República em ação", escreveu em "Nada Menos que Tudo".

Ele afirma que aquela conversa se seguiu "num zigue-zague medonho". "Não por causa do sotaque carregado do ricaço da J&F, que fala como se estivesse lendo Guimarães Rosa de trás para a frente, mas pelo conteúdo do diálogo."

As entrevistas de Janot para divulgar o lançamento de seu relato deram munição aos acusados. Ele disse a vários veículos que, furioso com Gilmar Mendes, chegou a ir armado ao STF (Supremo Tribunal Federal) para matar o ministro, mas desistiu.

A inclusão de Temer no rol de delatados foi considerada uma peça-chave nas negociações do acordo de Joesley e outros integrantes do grupo JBS, além de elemento fundamental para que eles recebessem imunidade -a garantia de não responder a processos.

"Se vocês tiverem algo contra o presidente da República, muda o jogo", disse Sérgio Bruno aos advogados do empresário, segundo Landim.

Embora admita que a delação ganhou corpo, Janot afasta interpretações políticas. O ex-procurador-geral escreveu que, na costura do acordo, jamais pensou na hipótese de Temer ser derrubado.

A defesa do ex-presidente investiu em levantar especulações sobre os interesses de Janot. Além de questões políticas, o grupo de Temer sugeria que o envolvimento do ex-procurador Marcelo Miller nas negociações da delação como advogado da JBS beneficiaria o então chefe da PGR.

A participação de Miller se tornou um dos pontos mais rumorosos do caso.

Investigadores que apuravam o uso de informação privilegiada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista para operar no mercado financeiro descobriram, em junho de 2017, que Miller participava, antes de deixar oficialmente a Procuradoria, de um grupo de WhatsApp com os potenciais delatores, segundo "Why Not".

Meses depois, a PGR ouviu uma conversa gravada acidentalmente em que Ricardo Saud, lobista da JBS, falava sobre a atuação de Miller. Ele ainda dizia a Joesley que Janot se juntaria ao ex-procurador num escritório de advocacia depois de deixar o cargo.

Em seu livro, o ex-procurador-geral descreve aquele diálogo como "uma comédia pastelão protagonizada por dois bocós". A suspeita de que Miller fazia jogo duplo, porém, foi um dos fatores que levaram a Procuradoria a pedir a rescisão do acordo de delação.

Janot afirma que não havia "uma prova inconteste de que o ex-procurador tivesse cometido um crime" e que a questão foi explorada pela defesa de Temer "para esvaziar o verdadeiro escândalo".

Os questionamentos à atuação de Miller são flancos de ataque de outros acusados, como Aécio Neves (PSDB-MG). Gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley, ele se tornou réu por corrupção e obstrução da Justiça. O tucano perdeu o status de estrela, desistiu de disputar a reeleição ao Senado e voltou à Câmara. Em agosto, o PSDB rejeitou uma tentativa de expulsá-lo.

Miller chegou a ser preso por corrupção, mas a ação penal foi trancada em setembro. Segundo a defesa dele, não houve crime e ele não recebeu pagamento pelo trabalho.

Com a delação suspensa, Joesley e Wesley foram presos. Depois, passaram a usar tornozeleira eletrônica, até o início deste mês.

A defesa de Joesley acredita que o STF julgará o pedido de rescisão do acordo de delação em 2020 e precisará decidir se as provas entregues por eles continuarão válidas.

BN/ Séculus: Paulo César lidera intenções de voto em Alagoinhas

BN/ Séculus: Paulo César lidera intenções de voto em Alagoinhas
Foto: Divulgação
O Bahia Notícias em parceria com a Séculus Análise e Pesquisa realizou um levantamento das intenções de voto para as eleições municipais de 2020 na cidade de Alagoinhas. Em um cenário estimulado, em que os nomes de possíveis candidatos são apontados, Paulo César assumiu a liderança com 38,71% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece Joseildo Ramos com 18,61%, seguido do atual prefeito da cidade Joaquim Neto (13,90), Radiovaldo (7,44%) e Fabricio Faro (4,22%). Os eleitores que não escolheriam nenhum dos nomes apresentados somaram 13,65% e os que não souberam opinar 3,47%.
Paulo César também aparece em vantagem na modalidade espontânea com 19,85%. Neste cenário o prefeito Joaquim Neto aparece em segunda lugar com 6,95%. Depois aparecem Joseildo (3,97), Luciano Sérgio (2,23%), Radiovaldo (1,74%), Roberto Torres (1,24%), Ricardo Budogue e Jucélio Carmo (0,99%), Jucy (0,74%). Os que não souberam representam 46,91% e os que não escolheriam nenhum 14,39%.
Os eleitores também foram questionados, em modalidade estimulada, em quem não votariam de maneira nenhuma. Nesse cenário o prefeito Joaquim Neto, que está em seu segundo mandato e não pode mais ser candidato, lidera com 31,02%. Em seguida aparecem Fabricio Faro (14,89%), Joseildo (12,16%), Radiovaldo (9,43%) e Paulo César (8,44%). A pesquisa também levou em conta os eleitores que rejeitam todos os nomes (11,41%), os que não rejeitam nenhum nome (8,93%) e os que não souberam opinar (3,72%).
 
O levantamento do BN e da Séculus Análise e Pesquisa ouviu 507 pessoas, entre os dias 18 e 19 de outubro. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 3,0 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. Nesta quarta-feira (30), a rodada de pesquisas chega à corrida eleitoral de Madre de Deus.

domingo, 27 de outubro de 2019

Papa diz que Amazônia sofre 'todo tipo de injustiça' e cria no Vaticano área sobre tema

Papa diz que Amazônia sofre 'todo tipo de injustiça' e cria no Vaticano área sobre tema
Foto: Angelo Carconi/Ansa/Agência Lusa
O papa Francisco disse, neste sábado (26), que a Amazônia sofre "todo tipo de injustiça" e anunciou a criação no Vaticano de uma área dedicada a tratar do tema.

"Na Amazônia aparece todo tipo de injustiça, destruição de pessoas, exploração de pessoas em todos os níveis. E destruição da identidade cultural”, disse Francisco, acrescentando que a dimensão ecológica nunca está separada das questões sociais.

Segundo o G1, a área dedicada à Amazônia será um escritório dentro do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, atualmente sob os cuidados do cardeal ganês Peter Turkson. Ainda não está clara qual será a função desse novo departamento na Cúria Romana.

Bolsonaro diz que Brasil deixou de se armar por ideologia

Bolsonaro diz que Brasil deixou de se armar por ideologia
Foto: Isac Nóbrega/PR
O Brasil deixou de cuidar da área de Defesa por ideologia e precisa se rearmar, disse o presidente Jair Bolsonaro nos Emirados Árabes Unidos. "O Brasil foi esquecido nessa área desde o governo Fernando Henrique Cardoso. Por quê? Voltando agora à ideologia, nós somos o grande obstáculo para o socialismo, nós das Forças Armadas. Por isso interessava quebrar nossa espinha dorsal."

A declaração foi feita em Abu Dhabi na noite deste sábado (26), horário local, durante cerimônia de oferenda floral no Monumento aos Mártires da Pátria (Wahat Al Karama), primeiro compromisso oficial da viagem presidencial aos Emirados Árabes Unidos. O Brasil fechou com o país dois acordos de cooperação na área de Defesa. 

Segundo o presidente, o país precisa se rearmar para ter capacidade de se defender. "Ninguém quer um Brasil extremamente belicoso, mas precisamos ter um mínimo de poder de dissuasão". Bolsonaro não falou sobre negócios ou acordos específicos, que, segundo ele, são de responsabilidade do ministro Fernando Azevedo (Defesa). O Brasil quer vender aos árabes cargueiros da Embraer e trouxe ao país do Golfo 29 empresas da área de Defesa, sob coordenação do almirante Almir Garnier.

O titular da pasta ficou no Brasil por causa dos trabalhos de contenção de danos do vazamento de óleo na costa do país. Os memorandos firmados com o país árabe foram sobre a constituição e operação do Fundo Brasil-Emirados Árabes de Cooperação Estratégica para Expansão da Capacidade Produtiva do Setor de Defesa e um Memorando de Entendimento sobre Parceria Estratégica relacionada ao Desenvolvimento, Produção e Comercialização de Produtos de Defesa. O Itamaraty não detalhou o conteúdo dos acordos.

Os Emirados são a terceira escala de viagem presidencial que começou pelo Japão, continuou pela China e deve ainda passar pelo Catar e pela Arábia Saudita. Nos países árabes, o foco deve ser atrair investimentos para as rodadas de privatização e obras de infraestrutura que, no total, podem chegar a R$ 1,3 trilhão, segundo o Itamaraty. Sem a presença dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, as negociações da área econômica estão sendo coordenadas pelo chefe da assessoria especial de assuntos institucionais, Caio Megale.

Nas conversas, o governo pretende reforçar sua intenção de facilitar a vida do setor privado. Além da aprovação da reforma da Previdência, que será apresentada como ação concreta, "para além do discurso", serão ressaltadas nove mudanças regulatórias já feitas ou em curso, com efeitos de prazo mais curtos que os da reforma estrutural. Com os Emirados deve ser assinado também um acordo de assistência mútua em matéria aduaneira, que, embora não tenha efeito imediato nos negócios, pode reduzir burocracias fiscais. Seria mais um sinal de que o país quer facilitar os contratos, bem-vindos num momento em que o Brasil caiu 15 posições no ranking de facilidade de fazer negócios do Banco Mundial, divulgado na quarta-feira (23).

É brasileiro o pior resultado entre 189 países no número de horas gastas para pagar tributos (1.501 horas, ou 62,5 dias). Segunda colocada, a Bolívia fica distante, com 1.025 horas anuais. O governo ainda não enviou ao Congresso, porém, proposta para uma reforma tributária, que poderia reduzir parte dos entraves identificados pelo ranking (carga, complexidade e tempo gasto para lidar com impostos). Bolsonaro abre neste domingo o seminário "Brasil - Emirados Árabes Unidos: Perspectiva do Cenário Macroeconômico e Ambiente de Negócios". O Brasil vai reforçar a ideia de que o investimento em infraestrutura e logística é fundamental para garantir um mercado importantíssimo para os árabes: as exportações do agronegócio, dos quais os Emirados são um dos principais compradores.

A corrente de comércio entre os dois países gira em torno de US$ 2,5 bilhões, sendo que praticamente metade são de produtos agrícolas. Frango, açúcar e carne bovina respondem por 77% de tudo o que o Brasil exporta para os Emirados. Aos investidores árabes, serão apresentados cerca de 20 projetos do PPI (Plano de Parcerias de Investimento, criado no governo Temer pela mesma equipe que comanda o Ministério da Infraestrutura de Bolsonaro), com potencial para levantar cerca R$ 200 bilhões até 2022, segundo a pasta.

O presidente brasileiro tem encontros previstos com o xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente emiradense, e com atletas de jiu jítsu, arte marcial brasileira muito popular no país. Deve ainda visitar a mesquita Sheik Zayed e participar de jantar no hotel Emirates, onde está hospedado.

Na China, Bolsonaro encerrou a visita sem grandes negócios concretizados. Foram assinados 11 atos de cooperação em diferentes áreas, mas só dois devem resultar em aumento imediato das exportações, de farelo de algodão e carne termoprocessada. No Japão, apesar da grande expectativa do governo brasileiro em anunciar o início das negociações para um acordo entre o país asiático e o Mercosul, o governo japonês preferiu adiar as conversas. A previsão é que elas comecem em novembro, quando o primeiro-ministro Shinzo Abe deve visitar o Brasil.

NO MONUMENTO

Bolsonaro foi recebido no memorial pelo xeque Khalifa bin Tahnoun Al Nahyan, diretor do Gabinete de Assuntos Relativos aos Mártires. A recepção oficial, pelo xeque Mohammed Bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente emiradense, será no domingo. O monumento Wahat Al Karama, cujo nome significa "oásis de dignidade" em árabe, homenageia "os soldados que sacrificaram suas vidas a serviço da nação".

O local foi especialmente escolhido para ficar entre a mesquita Sheikh Zayed -a maior do país- e o quartel-general das Forças Armadas. Oito militares de cada uma das Forças Armadas ficaram perfilados para a cerimônia, ao som de um toque militar de trompete. O número não é casual e está presente na arquitetura do monumento, significando os sete emirados e os mártires como o oitavo componente.

Lajes que representam os emirados e os militares mortos em ação se apoiam umas nas outras. O primeiro nome inscrito no memorial é o de um policial morto aos 20 anos, por se recusar a baixar a bandeira durante a tomada de Abu Musa e a investida sobre as ilhas Tunb, no estreito de Ormuz, em 1971. A disputa por território no estreito, após a retirada dos britânicos, até hoje provoca conflitos entre os Emirados e o Irã.

Ambos os lados reivindicam a posse das ilhas -segundo os emiradenses, elas estavam sob domínio dos xeques Qasimi desde o século 19; para os iranianos, o clã Qasimi tinha sua base em território persa, não árabe. Uma queixa dos Emirados às Nações Unidas em 1980 nunca chegou a ser avaliada, e uma tentativa de negociação bilateral em 1992 fracassou.

Roger avalia revés, diz que jogadores estiveram 'abaixo individualmente' e comenta vaias

Roger avalia revés, diz que jogadores estiveram 'abaixo individualmente' e comenta vaias
Foto: Romildo de Jesus/Ag Haack/ Bahia Notícias
O técnico Roger avaliou o revés do Bahia por 3 a 2 para o Internacional, na noite deste sábado (26), na Arena Fonte Nova, pela 28ª rodada do Brasileirão. De acordo com o treinador, o time esteve abaixo individualmente e o gol cedo na segunda etapa pode ter gerado a ansiedade na equipe.

“Todos os elementos acabam entrando para dentro do campo. Não sei se foi a ansiedade que nos atrapalhou no início. Foi um primeiro tempo equilibrado, de poucas ações. No segundo tempo, nos faltou capacidade para seguir mantendo esse jogo equilibrado para que a gente pudesse buscar o triunfo. Um gol muito cedo, entra a ansiedade, reunimos forças para diminuir, mas cometemos um equívoco e deu a vantagem para o Internacional. Sobretudo numa noite em que muitos estiveram abaixo individualmente”, avaliou o treinador em entrevista coletiva.

“O campeonato nos ofereceu essas duas últimas oportunidades de chegar no G-6 e talvez não soubemos aproveitar. A ansiedade pode ter nos atrapalhado. Nosso time não costuma sofrer muitos gols, agora não podemos esconder a má atuação, temos que trabalhar para corrigir, mas sem tirar nossa confiança. Não podemos dar um passo atrás e jogar com a desconfiança do nosso estádio contra a gente. O campeonato está aberto para a gente. Temos que avaliar, mas não podemos tirar nossa motivação. Os jogadores estão no seu limite, então temos que ter cabeça boa para jogar, para que a bola não fique queimando no pé”, completou o treinador.

O treinador admitiu que o time caiu tecnicamente. Ainda segundo Roger, o time precisa retomar os triunfos dentro de casa, mas já projetou as duas próximas partidas longe da Fonte Nova, contra Santos e Cruzeiro, respectivamente, afirmando que o time tem tido melhor rendimento fora de casa nesse momento da competição.  

“Tivemos um declínio técnico no jogo de hoje, falhamos em muitos momentos. O fator local que foi muito forte no primeiro turno, nesse momento não está sendo. O ideal é fazer como mandante o dever de casa, conseguir pontos importantes. Agora a gente sai para dois momentos fora de casa, onde estamos tendo um bom retrospecto. Tecnicamente, alguns jogadores oscilando, a capacidade de reação a gente continua tendo, mas nesses momentos de ansiedade vamos falhar um pouco mais. Saio muito frustrado, o torcedor também, mas eles viram que não faltou esforço da nossa parte”, apontou Roger.

Questionado sobre as vaias do torcedor a alguns jogadores, principalmente ao venezuelano Guerra, que falhou no terceiro gol do Inter, o treinador voltou a afirmar que não concordar com a atitude dos torcedores, e salientou que o atleta irá precisar “ter cabeça boa nesses momentos”.

“Uma derrota em casa, quem se salvou das vaias? O treinador foi vaiado, o atleta que erra é vaiado. Acho que as vaias nunca são algo bom, mas o atleta não pode sair do prumo. Foi um erro duplo, e o atleta não estava concentrado completamente e foi antecipado. Não vai se salvar ninguém, o atleta que precisa ter a cabeça boa nesses momentos. A gente não pode fugir disso”, analisou.

Com o revés, o Bahia segue na 8ª colocação, com 41 pontos conquistados. O Esquadrão encara o Peixe na quinta (31), ás 19h15, na Vila Belmiro.

Gerson comenta fala de Raphinha após empate contra o Uruguai: “Querem vencer assim como nós”

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