A chegada do senador Flávio Bolsonaro – com a possibilidade de embarque do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) – no Patriota (leia mais aqui) gerou reações das principais lideranças da sigla em Salvador. Os políticos são unânimes em garantir que o vínculo maior dos filiados à legenda seguirá com o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) - mesmo com simpatia declarara por alguns a Bolsonaro, a quem o presidente nacional do DEM vem fazendo críticas sistemáticas.
Presidente da legenda em Salvador, Jean Sacramento admitiu simpatia pelo bolsonarismo, mas indicou que a chegada de Bolsonaro não pode culminar num choque com a aliança firmada com Neto.
“Não pretendo fazer oposição a ACM Neto. Se for algo direcionada, anti-Neto, vou reunir. Na base tem um grupo que defende Bolsonaro e outros não. Em Salvador a certeza que, acontecendo a entrada de alguém indicado por Bolsonaro na Bahia, teremos que ver como fica. A municipal torna-se diretório. É o que garante o presidente Adilson [Barroso], nos deu total garantia que não vai mover", disse, em entrevista ao Bahia Notícias.
Sacramento sinalizou que, nesta conjuntura, o vereador Alexandre Aleluia (DEM) poderia assumir a presidência da sigla no estado. Procurado pela reportagem do BN, ele não se manifestou até a publicação desta reportagem. O parlamentar, inclusive, vem entrando em rota de colisão com o DEM, e vem se colocando mais alinhado ao bolsonarismo.
“O presidente nacional alegou que precisa fazer o partido crescer na Bahia. Pode ser se Bolsonaro vier. Ele pode ir para um Republicanos, outro partido. Não tem nada definido. Vamos ser um dos maiores, independente de Bolsonaro”, concluiu Sacramento.
Líder do Patriota na Câmara soteropolitana, Sandro Bahiense se diz alinhado ao que decidiu o presidente municipal da sigla. “Parabenizo o senador Flávio Bolsonaro pela vinda, mas o nosso posicionamento, aqui em Salvador, é seguir alinhado à conjuntura do nosso prefeito Bruno Reis e do futuro governador ACM Neto. Esse é um posicionamento do líder do partido e, consequentemente, com nosso presidente Jean Sacramento”, afirmou.
“Jair Bolsonaro pode vir, sim. Será bem-vindo. Vai fortalecer muito o partido. E a campanha de governo vai ser mais forte com a chegada do presidente”, emendou.
A também vereadora Roberta Caires indicou que a chegada do presidente da República não pode interferir no apoio a Neto. “Fui eleita com a base de Neto. Existe um consenso entre eu e Jean assim. Se tiver a menor movimentação a nível estadual, de lançamento de candidatura que não seja a de ACM Neto, já estamos alinhados e não permanecemos. Posso utilizar a prerrogativa. Isso é ponto inegociável. Ele vem por São Paulo, mas a nível de uma interferência na Bahia, que cause qualquer ranhura no projeto de Neto, saímos do partido", garantiu.
Já o 1º vice-líder do partido na Câmara, Átila do Congo, nem esperou a filiação de Bolsonaro. Após o anúncio de que o filho do presidente se filiou ao partido, ele anunciou a saída e informou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conseguir a descompatibilização.
Já o deputado estadual Josafá Marinho afirmou que só iria tomar uma decisão após comunicação oficial da executiva nacional. “Eu estou sabendo desse movimento pela imprensa. Portanto, vou deixar tudo se concretizar pra definir com a minha base qual a posição que vamos adotar”, ponderou.
“Não recebi nenhum telefonema da direção nacional nem da estadual, portanto, não tenho como avaliar a futura conjuntura sem antes falar com a nacional”, finalizou.
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