terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Aqui é proibido máscara, diz Bolsonaro em tom de cobrança no Planalto

 

Aqui é proibido máscara, diz Bolsonaro em tom de cobrança no Planalto
Foto: Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta segunda-feira (13) a visitantes do Palácio do Planalto que é proibido usar máscara no local.
 

"Aqui é proibido máscara", declarou o presidente, em tom de cobrança. Ele participava de uma transmissão nas redes sociais ao lado de grupos de forró, mas não ficou claro a quem ele se dirigia ao reclamar do uso do equipamento de proteção.
 

Desde o começo da pandemia da Covid-19 o presidente desestimula o uso das máscaras e critica o distanciamento social. Bolsonaro também distorce dados para levantar dúvidas sobre a eficácia das vacinas.
 

Em paralelo, Bolsonaro defende o uso de medicamentos sem eficácia contra a pandemia, como a hidroxicloroquina.
 

Mais tarde, os músicos participaram de evento no Planalto para celebrar o reconhecimento do forró como patrimônio cultural do Brasil, título concedido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
 

A cerimônia também celebrou o nascimento de Luiz Gonzaga (1912-1989), o rei do baião. O ministro do Turismo, Gilson Machado, tocou sanfona durante o evento. O presidente tem feito acenos à região Nordeste, mirando as eleições de 2022.
 

O deputado Daniel Silveira, que chegou a ser preso por publicar vídeos com ameaças a integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal), participou do evento no Planalto. Ele elogiou a escolha de André Mendonça ao Supremo.
 

"É uma é uma pessoa com bússola moral. Realmente é uma pessoa que vale a pena estar na Corte, porque vai defender a Constituição e os princípios de liberdade que o brasileiro pede", disse Silveira. Em seguida, o deputado afirmou que não poderia responder novas perguntas da imprensa. "Tenho de ir, estou censurado", declarou.
 

O presidente Bolsonaro, em junho, passou a cobrar medidas do Ministério da Saúde para desobrigar o uso das máscaras. Para atender o chefe, o ministro Marcelo Queiroga pediu a sua equipe para realizar um estudo, que seria lançado antes do Natal.
 

A ideia dar diretrizes para estados e municípios decidirem sobre derrubar a obrigatoriedade do equipamento de proteção, mas a descoberta da variante adiou os planos. O documento do governo Bolsonaro deve ser lançado em 2022.
 

Queiroga tem modulado o discurso e investido na pauta bolsonarista para se agarrar ao cargo. Em entrevista ao Terça Livre, em agosto, canal investigado por disseminar fake news, o ministro disse ser contra a obrigatoriedade do uso de máscaras. Em outubro, ele comparou uso de máscara e de preservativos. "Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis, mas vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usá-los? Imagina", disse.
 

No palco da cerimônia sobre o forró, Bolsonaro esteve ao lado dos ministros Fábio Faria (Comunicações), Braga Netto (Defesa), Ciro Nogueira (Casa Civil), Gilson Machado (Turismo), Marcelo Queiroga (Saúde) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). O secretário de Cultura, Mario Frias, também esteve no evento.

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