Um parecer técnico realizado pela Global Auditores Independentes para a Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), aponta que custo de cada sessão de diálise ficará 53% acima do que hoje o Ministério da Saúde repassa às clínicas que prestam serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O aumento, em decorrência da criação da lei que institui o novo piso salarial das equipes de enfermagem sem qualquer ajuste na Tabela SUS, agrava mais ainda o quadro de remuneração do setor.
Atualmente, sem a implementação do novo piso salarial dos enfermeiros, as clínicas já estão arcando com uma diferença de valor de R? 84,40 em cada sessão atualmente. Ou seja, o Ministério paga R$ 218,47 e o custo real (média Brasil) é de R$ 302,87.
O levantamento do custo nacional do tratamento da diálise foi feito por região, levando em consideração que o Brasil é um país intercontinental.
Segundo o estudo, evidenciou-se que em regiões como o Sudeste, onde o piso salarial da enfermagem já é maior, o impacto é praticamente o mesmo, pois nesses estados outros custos estão maiores, como aluguéis e mão de obra de outros profissionais, provocando desequilíbrio financeiro às clínicas da região há anos.
A análise, explica a ABCDT, considerou os efeitos financeiros e os impactos na tributação e nas obrigações trabalhistas, e consequentemente o aumento dos custos operacionais relacionados às sessões de diálise.
A consulta foi realizada usando como base uma clínica de diálise com 180 pacientes e a determinação da portaria que determina a quantidade mínima de médicos e enfermeiros para sessões de hemodiálise.
Além disso, foram consultados os preços oficiais da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e tabelas de preços dos fornecedores de insumos, medicamentos e máquinas para diálise. Os salários foram calculados com base num site que divulga salários.
Na Bahia, soma-se a esse quadro uma diminuição no quadro de vagas para o tratamento, em decorrência da falta de investimento. Segundo o presidente da ABCDT, Leonardo Barberes, as clíncias baianas não estão aceitando pacientes novos e uma queda no número de pacientes em razão da pandemia da Covid-19.
"O não recebimento de pacientes se dá pela falta de condições de investir na compra de novos equipamentos e contratação de pessoal. Para as clínicas o pior que pode acontecer é desassistência premeditada", afirmou o gestor.
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