Deputados da base do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) foram avisados: a votação que definirá o novo indicado da Casa para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) será marcada para a próxima terça-feira (14), na última sessão do plenário antes do Carnaval. A informação foi dada inicialmente pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Bahia Notícias junto a parlamentares governistas.
A enfermeira Aline Peixoto – esposa do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) – será o nome defendido pela base do governo. A indicação da ex-primeira-dama do estado chegou a gerar desconforto dentro do PT e no seio da bancada governista da AL-BA, mas já se chegou à conclusão de que o incômodo não será exposto publicamente.
“Acho que já está pacificada [a escolha de Aline Peixoto]. Vai ser tranquilo, sem impasse, se Deus quiser. A votação deve acontecer mesmo na próxima terça. O presidente Adolfo ainda vai convocar oficialmente. Amanhã, nós teremos uma reunião com toda a base do governo, para alinhar as coisas”, afirmou uma liderança do bloco do governo na AL-BA, sob condição de anonimato.
No dia 2 de fevereiro, Rui Costa se pronunciou pela primeira vez sobre a indicação de sua companheira à vaga. Ao Bahia Notícias, Costa disse que não participa de indicações ao posto.
Inicialmente, a bancada da maioria na AL-BA planejava indicar o deputado estadual Fabrício Falcão (PCdoB), que já afirmou diversas vezes desejar a cadeira no TCM. A escolha pelo comunista abriria uma vaga no legislativo baiano para um quadro histórico da esquerda baiana, o hoje suplente Marcelino Galo (PT).
Apesar de não se manifestarem publicamente nesse sentido, os senadores Otto Alencar (PSD) e Jaques Wagner (PT) já disseram nos bastidores estarem desconfortável com a indicação. Ambos, entretanto, decidiram não confrontar a decisão do aliado Rui Costa.
Nesta quarta-feira, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) compareceu a uma pauta ligada ao Carnaval da Bahia e evitou responder sobre o assunto. Em outras oportunidades, o gestor estadual declarou que a escolha da AL-BA sobre o novo conselheiro do TCM será respeitada por ele, seja quem for o indicado.
OPOSIÇÃO
Desde que foi derrotado em sua tentativa de reeleição à Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos) tem ligado para todos os deputados estaduais de sua agenda, pedindo apoio para tornar-se conselheiro do TCM.
Para tornar seu sonho uma realidade, Nilo tem torcido por uma divisão no bloco do governo, possivelmente gerada pelo incômodo com o nome da ex-primeira-dama Aline Peixoto. Entretanto, por enquanto, não há indícios de que o ex-parlamentar consiga furar a bolha da oposição.
Na última quinta-feira (2), o líder da oposição na AL-BA, Alan Sanches (União), declarou ao programa BN no Ar, da rádio Salvador FM, que os oposicionistas devem ouvir o posicionamento de ACM Neto (União) – ex-prefeito de Salvador – e de Bruno Reis (União) – atual mandatário da capital baiana – antes de tomarem a decisão sobre a votação.
Sanches, porém, já antecipou um posicionamento crítico à candidatura de Aline. “Será que a ex-primeira-dama – e eu não estou julgando ela – preenche esses pré-requisitos? Porque a formação básica dela é de enfermeira. Será que ela preenche?”, questionou o líder da oposição.
“Será que, a partir de agora, para que você tenha uma vaga em algum órgão ou instituição, você tem que ter o DNA ou um parentesco com alguém para ser indicado? É uma linha muito tênue para dizer o seguinte: ela está sendo indicada apenas porque é a ex-primeira-dama? Tem que ficar claro”, concluiu Sanches.
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