Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam oficialmente nesta sexta-feira (26). Para te colocar totalmente por dentro do que as Olimpíadas aguardam para a gente, o Bahia Notícias preparou um guia completo dos atletas baianos que estarão em Paris vivendo o sonho olímpico.
No total, 15 atletas baianos, divididos entre sete mulheres e oito homens, estarão em Paris disputando 7 modalidades diferentes. Confira abaixo, mais detalhes sobre todos os baianos que irão à Cidade Luz para brilhar.
RAFAELLE LEONE - FUTEBOL FEMININO
A zagueira iniciou a carreira no futsal e, após se destacar, recebeu o convite do tradicional clube de futebol feminino da Bahia, o São Francisco do Conde. Logo aos 15 anos a baiana já estava mostrando o seu futebol nacionalmente, disputando a Copa do Brasil. Na carreira, além do São Francisco, Rafa conta com passagens pela Universidade de Mississippi (college), América Mineiro, Changchun Yatai (China), Palmeiras, Arsenal e atualmente está no Orlando Pride.
Em conversa com o Bahia Notícias, Rafa falou sobre a expectativa em torno da Seleção Brasileira Feminina, única representante do Brasil no torneio de futebol, já que a masculina não conseguiu se classificar.
“A expectativa é a melhor possível! A gente já bateu na trave algumas vezes e vem agora com muita vontade de conseguir essa tão sonhada medalha de ouro. Temos um grupo misto com atletas experientes e outras mais jovens… Acredito que essa mistura é o segredo para vencer uma competição tão curta, com jogos tão difíceis, muito próximos um do outro, são 6 jogos em 2 semanas e 3 dias”, disse.
A Seleção Brasileira estreou na tarde da última quinta-feira (25), diante da Nigéria, jogando em Bordeaux. O Brasil venceu por 1 a 0, com gol marcado por Gabi Nunes. Rafaelle formou a zaga com Tarciane e jogou por 90 minutos.
BIA FERREIRA - BOXE
Atual vice-campeã olímpica, Beatriz Ferreira chega a Paris para realizar sua despedida do Boxe olímpico. Há quase dois anos sem perder e com um título mundial de boxe olímpico no período, a baiana Beatriz Ferreira chega em Paris com uma excelente bagagem. Pouco tempo atrás, Bia venceu a Copa do Mundo da Holanda e o Grand Prix de Brasília. No atual ciclo olímpico, a pugilista ousou ao mesclar entre o boxe olímpico e o boxe profissional, algo pouco comum na modalidade. Beatriz terá como principal rival em Paris a irlandesa Kellie Harrington, atual campeã olímpica, derrotando a baiana na decisão. Desde então, elas ainda não se enfrentaram.
“Eu sei do meu potencial, de todo o meu trabalho. Eu sei que tenho boxe para ser campeã olímpica, então estou me dando uma nova chance para trazer a ‘mãe de todas’ dourada dessa vez”, declarou Bia.
ISAQUIAS QUEIROZ - CANOAGEM
Ouro em Tóquio, Isaquias conquistou duas medalhas de ouro na etapa da Hungria da Copa do Mundo de canoagem, competição que contou com alguns (não todos) dos principais adversários do baiano nas Olimpíadas. O resultado foi muito importante na reta final de preparação para Paris, já que as vitórias vieram com extrema facilidade, mais de um barco de vantagem. Em Paris, Isaquias Queiroz vai competir em duas provas da canoagem de velocidade. No C2 repete a dupla de Tóquio: Isaquias e Jacky. Caso tenha sucesso em ambas, o baiano pode chegar ao terceiro ouro em Paris.
Na cerimônia de abertura, que acontecerá nesta sexta-feira (26), às 14h30, Isaquias será um dos responsáveis por carregar a bandeira brasileira, como porta-bandeira.
“Quando olho para trás para ver o reflexo das minhas conquistas ao longo da minha carreira, me considero um dos grandes atletas do time Brasil. Mas espero chegar nas Olimpíadas de Paris, e ganhar mais duas medalhas, isso para mim seria incrível e dai, sim, poderei falar que sou um grande atleta, mas lógico, temos vários de cada modalidade esportiva que representam as nossas cores. Então, chegar nos Jogos Olímpicos e representar bem o seu país eu acho que isso já deveria ser considerado um herói”, destacou Isaquias.
ANA MARCELA CUNHA - MARATONA AQUÁTICA
Campeã olímpica em Tóquio, Ana Marcela Cunha conquistou, em maio deste ano, a medalha de ouro na etapa italiana da Copa do Mundo, em uma competição que contou com as principais atletas, inclusive as duas últimas campeãs mundiais. Em fevereiro de 2024, a baiana foi quarta colocada no Campeonato Mundial, garantindo a vaga olímpica. Em abril, a maratonista foi quinta na etapa do Egito da Copa do Mundo.
A atual campeã olímpica teve um 2023 atípico, com o primeiro semestre inteiro reservado para a recuperação de uma cirurgia no ombro, feita no fim de 2022. Semanas antes do Campeonato Mundial, rompeu com o técnico Fernando Possenti. No Mundial de 2023, foi quinto lugar na prova de 10km (que é a distância olímpica) e bronze nos 5km.
Ana Marcela Cunha tem 17 medalhas em Campeonatos Mundiais, competição que disputa desde quando tinha 14 anos, em 2006. São sete ouros, duas pratas e oito bronzes. Na prova de 10km, que é a disputa nas Olimpíadas, ainda falta o ouro: ela tem uma prata e três bronzes.
JACKY GOODMAN - CANOAGEM
Natural de Itacaré, Jacky Goodman é mais um atleta que irá representar a Bahia nos Jogos Olímpicos de 2024. O canoísta se classificou ao vencer o Campeonato Pan-Americano de Canoagem de velocidade em abril de 2024 e será mais um tempero baiano a ser acrescentado nas Olimpíadas.
A canoagem velocidade é a modalidade mais tradicional e antiga da Federação de Canoagem (ICF). Sua primeira competição Olímpica ocorreu nos Jogos de Berlim, em 1936. A modalidade já rendeu ao Brasil quatro medalhas, todas conquistadas pelo baiano Isaquias Queiroz. Em entrevista ao Bahia Notícias, Jacky falou sobre a felicidade ao representar a Bahia em mais uma Olimpíada.
"Tenho uma boa parte da minha família na Bahia, né? Eu fico feliz em representar o Brasil e saber que a canoagem tem praticamente a maioria dos atletas baianos, a gente sente orgulho em representar o nosso povo e sinto que todos estão torcendo pela gente", disse.
Foto: Jonne Roriz / COB
MATEUS NUNES - CANOAGEM
Na sua última competição antes dos Jogos Olímpicos, Mateus Nunes brilhou com três medalhas de ouro. O jovem atleta de 18 anos destacou-se como o melhor competidor do Mundial Júnior sub-23 de canoagem de velocidade, realizado em Plovdiv, na Bulgária. Ele foi o único a conquistar três ouros no evento.
"Muito feliz em ser o melhor atleta do evento com três medalhas de ouro. Caramba, treinei muito para isso, cheguei muito preparado. Nunca cheguei a pensar que eu seria o melhor atleta do mundo. Super realizado e agora partiu Paris para a apresentação final", disse Nunes.
Nos Jogos Olímpicos de Paris, Mateus Nunes será o mais jovem da equipe brasileira de oito canoístas que estarão em busca de medalhas.
Foto: Divulgação / Canoagem Brasileira
VALDENICE CONCEIÇÃO - CANOAGEM
Primeira brasileira e baiana a garantir uma vaga na categoria de canoagem feminina, Valdenice Conceição é natural de Itacaré e já soma 18 anos de caminhada. A baiana, que enfrentou problemas de logísticas na busca pela vaga em Tóquio 2020, fará a sua estreia nas Olimpíadas de Paris 2024.
Valdenice se classificou no Pan-Americano de Canoagem Velocidade, sediado em Sarasota, na Flórida. A canoísta venceu a prova do C1200m feminino com um tempo de 47s739.
“Para mim é muito feliz e gratificante ser a primeira mulher brasileira a conseguir uma vaga para o Brasil na canoagem de velocidade. Sinto muito orgulho de poder estar representando o país numa edição de Jogos Olímpicos e graças a Deus a vaga veio agora. Tô muito feliz de poder representar o Brasil e a Bahia, isso é muito bom para a minha carreira", celebrou a Itacareense em entrevista ao BN, em maio deste ano.
A atleta foi a última a fechar a lista de baianos inclusos na modalidade, que já tem o medalhista olímpico Isaquias Queiroz, Jacky Goodman e Mateus Nunes.
A “Neta Canoa”, como é apelidada, alegou estar fisicamente bem para representar o Brasil em Paris e avalia que suas adversárias estão um passo à frente dela, mas crê firmemente na briga pelo ouro, mantendo acesa a busca pela única medalha que falta na sua carreira.
Foto: Divulgação / Canoagem Brasileira
GUILHERME CARIBÉ - NATAÇÃO
Apelidado de "Novo Cesar Cielo" Guilherme Caribé é considerado uma das promessas na natação por ser conhecido como um exímio quebrador de recordes. Com mentalidade focada na técnica, o nadador evita comparações ao ídolo Brasileiro e quer dar o seu máximo em Paris.
“Cesão estabeleceu o recorde antes de ganhar suas primeiras medalhas olímpicas em 2008. Se pensar no lado da superstição, é um ótimo sinal, né?! Só que eu prefiro pensar no lado técnico, focando na ideia que tive uma grande evolução técnica, que me levou a esse excelente resultado e mostra que tenho que seguir acreditando no processo para buscar dar o meu melhor nas águas de Paris”, contou o soteropolitano, em entrevista recente ao Bahia Notícias.
Nascido em Salvador, Caribé aprendeu a nadar muito novo e com apenas dois anos de idade, quando seu pai e ídolo, Matheus Caribé, o auxiliava enquanto exercia a carreira de taxista.
O nadador baiano cravou a sua vaga para os Jogos Olímpicos de paris ao vencer os 100m livre da Seletiva Olímpica, disputada na piscina da Comissão de Desportos da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. A estreia de Guilherme no evento pode acontecer no dia 27 de julho, quando o Brasil dará a largada no revezamento 4x100m livre masculino.
BRENO CORREIA - NATAÇÃO
Atleta do Pinheiros, Breno Correia já tem uma Olimpíada no currículo, tendo disputado os Jogos de Tóquio em 2021.
O baiano, natural de Salvador, vai representar o Brasil no revezamento 4x100m livres e, diferentemente de Guilherme Caribé, não conquistou índice na prova individual, ficando na quarta colocação na prova dos 100m livre. Apesar de não ter ficado no top 3, o atleta foi convocado pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) após o fim da seletiva.
Breno foi ouro no mundial de natação com apenas 19 anos de idade e já supera problemas como a asma para chegar em Paris cada vez melhor em busca do ouro olímpico.
KENO MARLEY - BOXE
Iniciando a sua segunda jornada olímpica, Keno Marley subiu de categoria em relação a Tóquio 2020 e vai disputar de forma inédita na faixa de até 92kg.
Keno foi o primeiro boxeador a garantir a classificação em Paris pelo time Brasileiro. O pugilista venceu o seu confronto em vitória por W.O nas semifinais das classificatórias, após o seu adversário, Bryan Colwell, ficar impedido de lutar por conta de um corte no supercílio.
Nascido no município de Sapeaçu, Bahia, o atleta vai em busca do ouro inédito após perder na decisão de
TATIANA CHAGAS - BOXE
Mais uma soteropolitana da lista, Tatiana Chagas carimbou o passaporte para Paris após se classificar para a final do Boxe nos Jogos Pan-Americanos, em Santiago, no Chile, vencendo a chilena Denisse Bravo por 4 a 1.
Ao disputar a final da classificatória, Tatiana perdeu para a colombiana Yeni Arias, ficando com a medalha de prata no pódio.
A pugilista fará a sua estreia nos Jogos Olímpicos de Paris na faixa de até 55kg e já soma em seu currículo títulos brasileiros e baianos.
BÁRBARA SANTOS - BOXE
Bárbara Santos se classificou da mesma forma que Tatiana, vencendo o seu confronto nas semifinais dos Jogos Pan-Americanos de 2023. A atleta vai disputar a modalidade na faixa de até 66kg, onde foi ouro ainda no Pan, batendo a norte-americana Morelle McCan.
WANDERLEY PEREIRA - BOXE
Conhecido como “Holyfield”, a classificação do pugilista baiano não foi diferente dos demais. No Pan-Americano de 2023, carimbou a vaga para Paris após garantir a medalha de prata na faixa de até 80kg.
Entre os seus tentos na modalidade, Wanderley já possui um ouro nos Jogos Sul-Americanos de 2022, em Assunção, no Paraguai, e uma prata no mundial de 2023, em Tashkent, no Uzbequistão.
PAÔLA REIS - CICLISMO BMX
Com ouro garantido no Campeonato Pan-Americano de Ciclismo BMX, em Riobamba, no Equador, Paôla Reis garantiu vaga à Paris com apenas 23 anos de idade, desbancando a canadense Molly Simpson (prata), e a brasileira Priscilla Stevaux (Bronze).
A atleta é a única a representar o país nas olimpíadas, tendo em vista de que a classificação acontece apenas por país. Ou seja, Paôla representará o Brasil na modalidade feminina.
ULAN GALINSKI - CICLISMO BMX
Representante do Brasil no mountain bike, Ulan Galinski se classificou para os Jogos Olímpicos de Paris através de um ranking entre nações. Com o Brasil em nono lugar, o ciclista ficou responsável pela vaga.
Ulan é filho de pai francês e mãe baiana, tendo passado a maioria das suas férias na cidade parisiense. Aos 26 anos, Galinski trilha rumo à sua “segunda cidade” na busca pelo ouro olímpico.
Recentemente, o ciclista ficou em 19º lugar na prova short track de Copas do Mundo, resultado sendo considerado o melhor da sua carreira. Em recente entrevista, o atleta contou que parou de se preocupar com a sua pontuação e, consequentemente, passou subir no ranking no decorrer da carreira.
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