Em meio às tensões e disputas entre os Três Poderes em Brasília por conta das emendas parlamentares, tem se tornado cada vez mais reduzida a influência do Palácio do Planalto nas decisões da Câmara dos Deputados. No entanto, a bancada baiana ainda se mostra conectada em torno do governo petista, uma vez que os 39 deputados do estado votam predominantemente junto ao Poder Executivo em 89,87% dos casos.
É o que aponta o levantamento do Bahia Notícias, considerando os resultados das votações dos 21 projetos mais importantes aprovados neste ano na Câmara. A pesquisa se baseou nas proposições que tiveram manifestação da liderança do governo para sua aprovação, com a verificação dos parlamentares que votaram de acordo com essa orientação.
Entre os textos elaborados pelo Executivo ou apoiados pelo Palácio do Planalto e votados pela Câmara, entre janeiro e agosto deste ano, estão propostas emblemáticas como a regulamentação da Reforma Tributária, o Novo Ensino Médio e o Marco Regulatório do Hidrogênio Verde.
No ranking dos parlamentares mais governistas e os mais oposicionistas da bancada baiana, seis deputados aparecem empatados com 100% de aprovação das pautas governistas.
Os deputados são, em ordem alfabética: Alice Portugal (PC do B), Léo Prates (PDT), Lídice Da Mata (PSB), Marcio Marinho (Republicanos), Neto Carletto (PP) e Rogéria Santos (Republicanos). Estes compareceram a todas as votações dos projetos analisados e seguiram a recomendação do governo - pela aprovação - durante o plenário. No entanto, apenas nove das 21 propostas analisadas tiveram votações nominais. As outras 12 votações ocorreram de maneira simbólica e as lideranças/bancadas votaram unanimemente pela aprovação.
Do outro lado do ranking, quatro deputados foram apontados como os mais oposicionistas, tendo votado junto com o governo em apenas 14 e 15 oportunidades, respectivamente. A dupla mais oposicionista, empatada com apenas 14 propostas aprovadas, foi Elmar Nascimento (União Brasil) e Roberta Roma (PL). No caso da liberal, ela acompanhou o governo em apenas duas das nove votações nominais e votou contra os projetos outras quatro vezes. A deputada colecionou ainda três isenções, por não comparecimento ou abstenção.
Já o candidato ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento, acumulou sete isenções, por não comparecimento ou abstenção. Ainda este ano, o parlamentar esteve entre os deputados mais faltosos da bancada baiana, com 11 faltas. Ao total, o candidato também votou pela aprovação de projetos governistas duas vezes entre as votações nominais.
A segunda dupla de “oposicionistas” também pertence aos partidos PL e União Brasil, desta vez com Capitão Alden e Arthur Maia, respectivamente. Alden (PL) poderia ser considerado o líder oposicionista da bancada baiana. O liberal votou contra propostas governistas em cinco das nove oportunidades e se isentou de apenas uma votação. No entanto, acumulou três votos pela aprovação de projetos do Executivo em votações nominais.
Arthur Maia (União), líder em ausências na Casa entre os deputados baianos, acompanhou o governo em três oportunidades e se ausentou de seis entre as nove votações nominais. Além dos grupos mais ou menos governistas citados, a ampla maioria dos parlamentares baianos se manteve numa média entre 20 e 18 projetos aprovados junto ao Governo Lula em 2024.
No caso do deputado Zé Neto (PT), ele registrou uma quantidade de projetos votados menor que os colegas, 20 dos 21, devido à licença adquirida por ele em julho deste ano. Na votação em esteve ausente, do segundo projeto de regulamentação da Reforma Tributária, o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, a deputada suplente, Elisangela Araujo (PT), votou pela aprovação.
Todo o material produzido neste levantamento, incluindo uma lista com os votos de cada deputado nos projetos analisados, estará disponibilizado na nossa coleção no aplicativo PinPoint do Google (confira aqui).
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