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A companhia de energia Enel divulgou nesta terça-feira (26) em Milão que vai investir EUR 3,8 bilhões (cerca de R$ 17,7 bilhões no câmbio atual) em energia renovável na América Latina entre 2020 e 2022. Segundo a empresa, a maior parte do aporte será destinada ao Brasil e ao Chile.
"No Brasil, o crescimento será principalmente influenciado por acordos de compra de energia com grandes consumidores comerciais e industriais [majoritariamente no mercado livre]", afirmou Alberto de Paioli, diretor financeiro da empresa, que é a maior operadora privada de energia elétrica do mundo.
A empresa prevê uma expansão de 5,4 GW de geração com fontes renováveis vinda de contratos com grandes consumidores principalmente no Brasil e nos Estados Unidos.
A Enel planeja investir ao todo EUR 28,7 bilhões (o equivalente a R$ 133,63 bilhões no câmbio atual) em suas operações globais de 2020 a 2022, 11% a mais que o aportado de 2017 a 2019.
Metade do montante, segundo a marca, será destinado ao aumento do uso de fontes renováveis. A companhia deve aplicar o equivalente a R$ 67 bilhões para desenvolver 14,1 GW em capacidade de energia renovável até 2022.
Em contrapartida, a Enel quer reduzir a produção de energia de carvão em 74% no período. A meta da empresa é ter toda sua energia vinda de fontes renováveis até 2050.
A produção vinda do mineral será reduzida especialmente em Chile, Espanha e Itália, de acordo com Francesco Starace, diretor-executivo do grupo. O plano da empresa, segundo ele, é desativar as plantas de carvão até 2030.
No Brasil, a empresa constrói hoje o maior parque eólico e o maior solar da América do Sul, ambos no Piauí. O solar, chamado de São Gonçalo, terá 608 MW de capacidade instalada quando estiver em operação, em 2020.
Já o parque eólico Lagoa dos Ventos, será o maior da empresa no mundo. Quando estiver concluído, em 2021, terá 717 MW de capacidade instalada.
A empresa controla hoje quatro distribuidoras no Brasil, incluindo a antiga Eletropaulo. Há também operações no Rio de Janeiro, no Ceará e em Goiás. A base total de clientes atendidos no país, segundo a companhia, é de cerca de 18 milhões.
Segundo Paioli, a expectativa da Enel é que a América Latina gere cerca de 16,2 bilhões EBITDA (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) até 2022. O valor representaria 28% dos EUR 58 bilhões estimados para as operações globais.
Questionado por investidores sobre riscos políticos e econômicos em países da América Latina, Starace elogiou a política econômica do governo brasileiro.
"Os resultados das reformas de Bolsonaro têm sido espetaculares. Ninguém teve capacidade de implementar uma reforma da Previdência [como a que foi feita]. Os primeiros passos são encorajadores. Agora esperamos uma reforma fiscal [em 2020], mas o mais difícil já foi aprovado. O Brasil para a gente não é a maior preocupação".
*O repórter viajou a convite da Enel.
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